Cara a Cara

«A maior dificuldade da Associação de Basquetebol da Guarda é a falta de recursos humanos»

Escrito por Jornal O INTERIOR

Entrevista a Luís Silva, Novo Diretor Técnico Regional da Associação de Basquetebol da Guarda

P – Como surgiu a oportunidade de assumir o cargo de diretor técnico regional da Associação de Basquetebol da Guarda?
R- Surgiu na sequência da saída do antigo diretor, Daniel Branquinho. Havia essa oportunidade de integrar o basquetebol da Guarda, visto que trabalho cá e acabei por manifestar a minha disponibilidade e a direção acabou por aceitar. Por norma, o diretor é sugerido pelos membros da associação se houver mais do que uma opção, mas neste caso a opção que tinham para substituir o antigo diretor técnico não aceitou o convite. A minha disponibilidade para a função ficou então em cima da mesa e todos os membros da direção da associação viram que podia ser uma opção e optaram por me convidar a fazer parte da Associação de Basquetebol da Guarda.

P – Como encontrou a Associação de Basquetebol?
R – Neste momento tudo está mal devido à situação da Covid, portanto, não é uma altura propriamente fácil. A pandemia acabou por afetar bastante a modalidade e a prática desportiva, mas estamos a preparar medidas para conseguirmos melhorar e voltar ao que estava antes assim que possível. Já estamos a pensar na próxima época porque, infelizmente, não prevemos nada de bom na atual.

P – O basquetebol tem vindo a ter maior procura na região, há mais atletas a querer praticar a modalidade?
R – Ainda estou há pouco tempo na Guarda e não tenho ainda bem a noção de como estava antes e como é que pode ficar. Mas vamos trabalhar no sentido de melhorar em todos os aspetos para tentar atrair o máximo de participantes e de agentes envolvidos. Claro está que agora acabou por haver uma diminuição derivado à da pandemia, mas acreditamos fielmente que podemos voltar assim que possível. O basquetebol já foi muito praticado na Guarda, sofreu agora uma ligeira quebra em relação a praticantes, agentes envolvidos e a clubes, mas creio que, mesmo com a pandemia, vamos conseguir, com as devidas medidas, voltar a melhorar esse número de participantes.

P – Qual é a maior dificuldade que a Associação de Basquetebol sente no seu funcionamento?
R – É ter agentes envolvidos que ajudem ao desenvolvimento da modalidade em si e por isso é que vamos iniciar cursos de treinadores e de árbitros, de forma a conseguirmos ter mais gente envolvida. O facto de os recursos humanos serem limitados, limita todos os aspetos envolventes. Em termos competitivos, o facto de termos poucas equipas dificultava também a nível das competições. Uma das coisas que iremos tentar melhorar será o processo competitivo. Mas neste momento, o que me parece a maior dificuldade é mesmo a falta de recursos humanos.

P – De que forma a pandemia tem afetado o basquetebol no distrito da Guarda?
R – Afeta essencialmente na disponibilidade de pavilhões porque muitas equipas da Guarda dependem de pavilhões municipais por não terem espaços próprios. Com a pandemia, o impedimento dos treinos e de acesso a pavilhões acaba por afetar em tudo aquilo que é o processo de treino e o trabalho do clube. Não havendo treinos e competições, os miúdos acabam por se desmotivar e depois também é muito difícil para os próprios clubes manter os atletas entusiasmados, porque aquilo que os motiva é mesmo a competição.

P – Quais os projetos que a Associação de Basquetebol da Guarda tenciona concretizar?
R – Para a presente época, o que ainda pensamos poder ir realizando é atividades de cariz individual. Nós realizámos o “Skills Challenge” – que permite alguma competição dentro das equipas, entre os atletas e que depois permite comparar tempos com as outras equipas. Pretendemos continuar com as atividades individuais e, consoante a evolução da situação pandémica, queremos realizar jogos de três contra três ao ar livre, essa seria uma das opções ainda para a presente época. Para a próxima, aquilo que eventualmente estamos a pôr em cima da mesa é começar a programar os apoios para a criação de minibasquete, melhorar a captação nas escolas apoiando os clubes na divulgação e promoção da modalidade e tentar desenvolver projetos para que os clubes possam ter equipas femininas. Essa será uma das intervenções que vamos tentar fazer no distrito, que ultimamente tem perdido equipas femininas. Neste momento há apenas uma equipa e vamos tentar dar apoio para que isso possa ser desenvolvido também. Vai rondar por aí, dando apoio aos clubes.

LUÍS SILVA
Novo Diretor Técnico Regional da Associação de Basquetebol da Guarda

Idade: 31 anos

Naturalidade: Covilhã

Currículo: Mestre em Atividade Física pela Escola Superior de Educação de Castelo Branco; Aluno de doutoramento em Ciências do Desporto na Universidade da Beira Interior; Diretor Técnico, responsável e instrutor de “fitness” no ginásio “CityGym”, na Guarda; Treinador de basquetebol no Amigos do Tortosendo

Livro preferido: “The Return”, de Nickolas Sparks

Série preferido: “La Casa de Papel”, de Álex Pina

Hobbies: Ler e treinar

Sobre o autor

Jornal O INTERIOR

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