BEATRIZ FURTADO SILVA
Presidente da Associação Académica da Guarda Idade: 26 anos Naturalidade: São Miguel (Açores) Profissão: Estudante Currículo: Técnica de Comunicação, Marketing, Relações Públicas e Publicidade (ensino profissional); Agente de aluguer de automóveis na empresa Autocunha Car Rental; Licenciada em Comunicação e Relações Públicas pelo IPG; 2ª secretária da Direção Geral do Núcleo de Comunicação e Relações Públicas 2018/2019; Membro do departamento de Comunicação Associação Académica da Guarda 2018/2019; Secretária da Associação Académica da Guarda 2018/2020; Presidente da Mesa da Assembleia Geral de Alunos do Núcleo de Comunicação e Relações Públicas 2019/2020; Membro do Conselho Geral do IPG 2019/2022; Vice-Presidente ESECD da Associação Académica da Guarda 2019/2021; Bolseira de investigação no IPG 2021/2022 Livro preferido: “1984”, de George Orwell Filme preferido: “Addams Family”, de Barry Sonnenfeld Hobbies: Viajar, ler, ver séries e filmes«A falta de alojamento e de transportes públicos são os principais problemas dos estudantes do IPG»
P – É a primeira mulher a presidir à Associação Académica da Guarda. Porque decidiu candidatar-se?
R – Decidi candidatar-me a este cargo por já pertencer à Associação desde o ano letivo de 2018/2019 e ser dos elementos mais antigos em funções. Para além disto, no ano letivo passado fui das poucas pessoas que fez com que a Associação Académica mantivesse as funções mínimas.
P – Sente-se mais pressionada/escrutinada nesta função que os seus antecessores?
R – Sem dúvida que sim, primeiramente porque no ano letivo transato, devido ainda a complicações da Covid-19, nunca chegou a haver eleições para a Associação Académica da Guarda, o que dificultou o seu funcionamento e levantou variadas questões no que concerne a gestão desta que é a casa dos estudantes do Politécnico da Guarda. Em segundo lugar, por ser mulher existe sempre o estigma criado, embora muita gente não o admita, de que as mulheres ainda não são capazes de assumir cargos como o que estou a assumir neste momento. Desta forma tenho que comprovar o oposto.
P – Que projetos/ iniciativas tenciona realizar neste mandato?
R – Na minha tomada de posse a única coisa com que me comprometi foi a total entrega e o meu empenho neste cargo. Com a minha equipa, espero conseguir atingir os projetos que nos propusemos em campanha e mais alguns, nomeadamente aproximar os alunos internacionais a toda a Academia, estabelecer uma boa relação com as Associações de Estudantes da ESS, da ESTH e PALOP, criar a Semana de Seminários por Unidade Orgânica, realizar a Passagem de Ano Académica e as Semanas do Caloiro e Académica, entre outras atividades com a comunidade interna e externa ao IPG.
P – Como está a Associação Académica em termos financeiros e de sócios?
R – Em termos financeiros encontramo-nos numa situação fragilizada. O facto da Associação não ter estado a funcionar de forma normal no ano letivo passado trouxe várias complicações e um acumular de pagamentos que não foram efetuados. Em termos de sócios estamos no início do letivo e ainda não temos um número total de novos sócios e de renovações.
P – E o que pode fazer para colmatar o problema da falta de alojamento na Guarda para estudantes?
R – Neste momento a falta de alojamento não depende de nós, estamos a fazer pressão há vários anos e as soluções até agora arranjadas nunca foram o suficiente. É necessário construir um edifício que colmate as nossas necessidades. A intenção do IPG é continuar a crescer e, se a cidade não suportar este crescimento, é o nosso dever ter capacidade para albergar os novos estudantes. É do nosso conhecimento que a presidência do Politécnico tem feito tudo o que está ao seu alcance para que tal aconteça, mas cabe aos nossos governantes perceberem a nossa realidade e dar o próximo passo.
P – Que outros problemas estão a afetar os estudantes do IPG?
R – Para além do alojamento, a falta de transportes públicos pela cidade é um problema que afeta a comunidade e impede o aluguer de quartos em sítios um pouco mais distantes do Instituto Politécnico. O frio também vai ser uma agravante neste Inverno sem dúvida alguma.
P – Volvidos mais de 40 anos, a Guarda continua de costas voltadas para o IPG e para os seus estudantes. Porquê?
R – É uma questão à qual gostaríamos de ter resposta, num universo de centenas de alunos que cá passam e contribuem financeiramente para a cidade, com alojamento, compras e afins. Não conseguimos compreender esta “revolta” sentida pela cidade, mas é do nosso agrado que, aos poucos, essa mentalidade vá sendo alterada, ou pelo menos, que os guardenses aprendam a tolerar a comunidade académica e os seus costumes.
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