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Zona da capela do Mileu vai ser requalificada

Empreitada consiste na valorização do conjunto histórico e na sua infraestruturação para atrair visitantes e culminará, numa fase posterior, na melhoria e reordenamento rodoviário daquela zona da Póvoa do Mileu.

A Câmara da Guarda vai investir 386 mil euros, acrescidos de IVA, para requalificar a zona da capela e sítio arqueológico do Mileu. O executivo aprovou, na segunda-feira, por unanimidade, a abertura do concurso público para a primeira fase de uma empreitada que culminará com a melhoria e reordenamento rodoviário daquela zona da Póvoa do Mileu.

O objetivo é «valorizar um espaço central da cidade, que inclui o maior conjunto arqueológico da cidade e que já tarda em estar requalificado», disse o presidente do município na final da reunião de Câmara. Segundo Álvaro Amaro, será criado um espaço verde e instaladas infraestruturas para que o conjunto histórico da Póvoa do Mileu possa ser «fruído dia e noite pelos guardenses». O edil estima que os trabalhos estejam concluídos no Verão de 2019, altura em que arrancará a segunda fase o projeto, que contempla a requalificação rodoviária da envolvente à capela do Mileu. A autarquia poderá ainda aproveitar esta empreitada – que vai «alterar o trânsito» na zona, disse o edil – para intervir na curva do jardim dos Castelo Velhos, que tem sido palco de vários despistes, o último dos quais ocorreu na segunda-feira causando apenas danos materiais. «Estamos a projetar a forma de termos ali mais segurança e esperamos ter tudo pronto nessa altura», acrescentou o presidente do município.

O tema da requalificação do conjunto histórico do Mileu foi pacífico e Pedro Fonseca, único vereador socialista presente na sessão, reconheceu que a obra é necessária num espaço onde existe património arqueológico «que merece e tem de ser valorizado e preservado». A estação arqueológica do Mileu foi descoberta em 1953 no decurso da construção da estrada de ligação entre a zona alta da cidade e a Guarda-Gare. No local existem ruínas do período romano (séculos I e II) e a capela românica da Senhora do Mileu, datada do século XIII e classificada como Imóvel de Interesse Público desde 1950.

Nesta sessão a Câmara anunciou a intenção de encerrar o café-concerto do TMG nos dias em que não houver atividades naquele espaço cultural. Aos jornalistas, Álvaro Amaro disse tratar-se de uma medida «de gestão» porque «se não há atividades, não há pessoas». Contudo, adiantou que está a ser estudada «a hipótese» de concessionar o espaço a privados. Pedro Fonseca mostrou-se «apreensivo» com fecho do café-concerto e disse tratar-se de «um contrassenso porque a maioria social-democrata tem dito que há mais afluência ao TMG do que no tempo do PS». O socialista abordou também a aplicação da lei que proíbe o abate de animais nos canis para alertar que a Câmara da Guarda «não está em boas condições» para cumprir a legislação que entra em vigor no dia 22.

«Estamos sim», respondeu Álvaro Amaro, adiantando que está marcada para esta semana uma reunião com as clínicas veterinárias da cidade para a esterilização de cães e gatos abandonados. «Estamos a aguardar financiamento para realizar obras no canil e para a esterilização. De resto, as campanhas de adoção têm tido bons resultados», afirmou o autarca, que voltou a ser confrontado pela oposição com a poluição dos rios Noéme e Diz. «Está tudo na mesma, não será em 2018 que o problema ficará resolvido», lamentou Pedro Fonseca. «Um projeto desta complexidade não se faz em dois dias», retorquiu o presidente do município, prometendo que «até ao final do ano há de ser notória a renaturalização do Noéme nalguns pontos do seu curso».

Luis Martins Autarquia vai investir mais de 386 mil euros para valorizar capela e núcleo arqueológico do Mileu

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