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Volta a Portugal começa sábado

Guarda volta a receber o final de uma etapa no dia 13 na zona do Estádio Municipal

Sai já para a estrada este sábado, em Portimão, a 68ª edição da Volta a Portugal em bicicleta, que este ano apresenta como grande novidade o facto da Guarda receber o final de uma etapa, a antepenúltima, agendada para o domingo de 13 de Agosto. O dia seguinte será o único em que o pelotão passará pela Torre, o ponto mais alto da Serra da Estrela, na tirada que liga Gouveia ao Fundão. A competição termina dia 15 em Castelo Branco.

A tirada que termina na Guarda parte de Favaios e tem a extensão de 166,4 quilómetros, sendo considerada pela organização como uma etapa de «alta dificuldade, a última com final a subir e onde os potenciais candidatos à vitória final poderão ter uma palavra a dizer». Depois da passagem pela Barragem do Pocinho, surge a subida para Vila Nova de Foz Côa, onde está instalada uma meta volante. A caravana rolará então por uma excelente estrada que passa por fora de Trancoso, sendo que o último “sprint” bonificado do dia está instalado na Lageosa do Mondego. Finalmente, na Guarda terá lugar a chegada mais alta desta Volta, aos 1.005 metros de altitude, coincidindo com um prémio de montanha de 2ª categoria, onde os trepadores terão uma palavra decisiva. Para Joaquim Gomes, director da competição, «a subida para a meta, desde o Porto da Carne até ao Estádio Municipal da Guarda, mais devido à sua extensão do que à sua inclinação, pode continuar a fazer uma selecção de valores», sublinha. A chegada dos ciclistas à Guarda está prevista para as 16 horas. Por este final de etapa, a Câmara da Guarda paga à organização da Volta cerca de 50 mil euros. O documento assinado entre a autarquia e a João Lagos Sport prevê inícios ou finais de etapa na cidade durante os próximos quatro anos.

Caravana passa pela Torre no dia 14

À semelhança do que aconteceu no ano passado, a Torre volta a não receber nenhum final de etapa. Deste modo, o pelotão apenas passará no ponto mais alto da Serra da Estrela na penúltima tirada, agendada para dia 14, que liga Gouveia ao Fundão, na distância de 144,1 quilómetros, e que deverá ser decisiva para se encontrar o vencedor da competição. Esta é a etapa mais curta de todas as corridas em linha, mas nem por isso a menos difícil. Saindo de Gouveia, os corredores dirigem-se para as Penhas Douradas, onde terão uma contagem de montanha de 2ª categoria, rumando depois em direcção a Seia e S. Romão, onde está instalada uma meta volante, continuando a subida que passará no Alto da Torre, prémio de montanha de categoria especial. A descida da Serra será feita por Manteigas, num percurso que pode gerar uma luta interessante entre trepadores e os ciclistas mais atrasados a tentarem recolar. Em Manteigas haverá nova meta volante, com a caravana a dirigir-se depois para a EN 18, em direcção ao Fundão, com a última meta volante da prova a estar em Orjais. Joaquim Gomes relembra que a ligação para a cidade fundanense decidiu a Volta em 2005 e este ano «isso também pode suceder», frisando que «a descida para o Fundão não é provavelmente a que todos esperariam, pois será utilizada a vertente para Manteigas e depois Covilhã por fora e Belmonte». A prova termina a 15 de Agosto com um contra-relógio individual que ligará Idanha-a-Nova a Castelo Branco, na distância de 39,6 quilómetros.

A prova rainha do ciclismo nacional conta com a participação de 17 equipas, sete estrangeiras, incluindo a espanhola Comunitat Valenciana – impedida de participar na Volta a França devido a investigações relacionadas com o recurso a substâncias dopantes – ambas da primeira divisão mundial (ProTour), além das 10 formações profissionais portuguesas. Ao todo, são 149 os corredores inscritos. Perante a ausência do vencedor do ano passado, o russo Vladimir Efimkin, será Cândido Barbosa (LA Alumínios-Liberty Seguros), segundo classificado em 2005, a utilizar o dorsal número 1 na primeira etapa. Em termos de ranking do “Europe Tour”, o atleta melhor posicionado é o espanhol Ricardo Gonzalez, da Kaiku, oitavo posicionado na actualização efectuada a 25 de Junho. O primeiro corredor português desta classificação é Sérgio Ribeiro, da Barbot-Halcon, que ocupa a 19ª posição. Esta edição da Volta disputa-se em 10 etapas, com a caravana a percorrer mais de 1.500 quilómetros.

A “Feira da Volta”

Dando continuidade ao que já se verificou nas últimas edições, a organização da Volta investiu de novo em actividades para lá do ciclismo. As Feiras de Animação voltam, assim, a fazer parte integrante da caravana da Volta, acrescentando cor, som e divertimento em todos os locais do evento. Desde o dia da primeira etapa estarão sempre montadas duas Feiras de Animação, uma na partida e outra na chegada. Dela farão parte alguns divertimentos que têm como base a modalidade de ciclismo, mas não só. Haverá bicicletas, concursos e até corridas para novos e menos novos, e os mais pequenos continuarão a poderem divertir-se na feira de insufláveis. Nas localidades de partida reside uma das novidades deste ano. A Festa da Volta começa de véspera onde, a partir das 21 horas, haverá concertos, stand up comedy e animação em palco. No dia da partida, a Festa da Volta continua ainda para os mais pequenos com os insufláveis e passatempos para os mais velhos logo pelas 10 horas, continuando até depois do pelotão se fazer à estrada, prolongando o contacto com a caravana do ciclismo. Nas chegadas, e a partir das 13 horas até à noite, a Feira e a sua equipa de animadores e monitores voltam a estar disponíveis para continuar a festa da Volta.

Ricardo Cordeiro

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