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Vodafone apadrinha estância de esqui da Torre

Empresa de telecomunicações móveis associou-se à Turistrela por dois anos renováveis

Pelo menos durante os próximos dois anos, a estância de esqui da Serra da Estrela vai chamar-se “Estância Vodafone – Serra da Estrela”. O nome, que é oficial desde a última quarta-feira, resulta de uma parceria entre a empresa de telecomunicações móveis e a Turistrela, concessionária do turismo na Serra da Estrela.

Uma associação considerada por Artur Costa Pais, administrador da concessionária, como «um projecto único a nível nacional» e que prevê, por ora, um prazo de dois anos, mas com a possibilidade de renovação «por períodos adicionais». A sponsorização das pistas foi justificada por João Mendes Dias, representante da Vodafone, como uma contribuição para o desenvolvimento regional. «Queremos contribuir para o arranque de um projecto turístico com impacto significativo no desenvolvimento social e económico da região», disse. Para além disso, a empresa conta, através deste patrocínio, com o impacto directo nos cerca de 400 mil visitantes esperados esta época agora iniciada. Considerando que os desportos de Inverno estão «em franco crescimento» em Portugal, o responsável acredita que esta é uma oportunidade para a marca chegar aos vários «grupos-alvo de referência da Vodafone», uma vez que se estima que cerca de 600 mil portugueses pratiquem desportos de Inverno.

Deste modo, a presença da Vodafone no ponto mais alto do continente vai estar directamente ligada a 6.200 metros de pistas, entre as quais uma pista negra, quatro vermelhas, duas azuis e outras duas verdes. A estância dispõe ainda de diversos equipamentos, como motas de neve, safaris nocturnos, “mushing”, trenós e “snake gliss”. Tudo assegurado por 45 canhões de neve, 4 “teleskys” e 1 telecadeira. O patrocinador irá, por outro lado, apoiar os próximos projectos de expansão da estância, entre os quais se conta a sua possível ampliação para perto de 40 quilómetros esquiáveis. A instalação de novos meios mecânicos de ligação da Torre às Penhas da Saúde, Lagoa Comprida e Alvoco da Serra são outras das apostas reveladas e cujos anteprojectos deverão ser anunciados nos próximos meses. No terreno está já uma equipa de técnicos espanhóis com a finalidade de analisar a viabilidade do projecto. Para já, pretende-se criar três estruturas com capacidade de transporte de duas mil pessoas por hora, de modo a anular definitivamente o acesso automóvel ao ponto mais alto. Outro dos investimentos tem a ver com a construção de um hotel de quatro estrelas sobre o edifício de apoio à estância de esqui e que contemplará também um restaurante panorâmico com vista para as pistas.

Tornar a Estrela num destino «ao melhor nível»

Artur Costa Pais aproveitou a ocasião para passar em revista os projectos da Turistrela para os próximos 10 anos e que visam tornar a Serra da Estrela num destino «ao nível do melhor que existe no estrangeiro». Trata-se de um conjunto de iniciativas que pretendem anular a concorrência da vizinha Espanha, que, segundo Costa Pais, «está em plena expansão, o que poderá trazer problemas ao turismo nacional», receia, salientando no entanto que a ideia é «desenvolver as potencialidades da Estrela». Nesse sentido, está prevista a ampliação da capacidade e a remodelação da zona pública da Estalagem Varanda dos Carqueijais. Já nos terrenos que separam o hotel e o Sanatório das Penhas da Saúde, prevê-se a construção de moradias unifamiliares e diversas estruturas de apoio, como piscinas e um campo de ténis, num espaço de 97 mil metros quadrados.

O edifício do Sanatório, considerado por Costa Pais «um grande projecto hoteleiro», continua na lista de investimentos, esperando o administrador criar na antiga garagem do edifício um restaurante típico com capacidade para albergar 100 pessoas. Apesar de ter sido completamente remodelado em 2003, o Hotel Serra da Estrela deverá ser outra vez ampliado. A ideia é disponibilizar uma sala de conferências e festas, uma piscina e um SPA. Tudo complementado com um espaço comercial, o controverso casino, e um conjunto turístico constituído por 78 moradias unifamiliares. O pavilhão multiusos é outro projecto em estudo. Trata-se de uma estrutura que terá capacidade para três mil pessoas, permitindo a organização de actividades culturais, desportivas e congressos. A 1.500 metros de altitude será criado igualmente um Centro de Estágios, enquanto que para a zona dos Piornos está prevista a edificação de um SPA no antigo edifício do teleférico. A estalagem da Torre, uma unidade de quatro estrelas, é outra das apostas a partir da recuperação do edifício da antiga messe dos oficiais da Força Aérea. Em Gouveia, está em estudo a construção de uma pista coberta para a prática de esqui e “snowboard”. Projectos que Artur Costa Pais acredita serem uma «mais-valia», pois a serra «não pode viver só da neve», acredita, defendendo a necessidade de criar «novos investimentos e soluções».

Rosa Ramos

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