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Vivaci abre portas à cidade

Sombra da crise e de novo “shopping” não assustam FDO

Controverso mas imparável, assim foi o percurso do Vivaci Guarda. Terça-feira, o primeiro grande centro comercial da cidade foi oficialmente inaugurado, em cerimónia presidida por Rui Baleiras, secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, e desde ontem que tem as portas abertas ao público. No “dia D”, os responsáveis pela FDO mostraram-se confiantes no investimento que realizaram. Em tempos de crise para todos, Rocha Pereira, administrador da FDO Imobiliária, admite que a unidade «vai funcionar como verdadeira âncora do comércio tradicional».

A localização sempre foi um dos pontos sensíveis do shopping da Avenida dos Bombeiros Egitanienses. Joaquim Valente, presidente da Câmara da Guarda, é taxativo quanto a este assunto: «Negativo e altamente penalizador teria sido se este investimento fosse feito na periferia ou próximo das áreas de acessibilidade estruturais à Guarda». São cerca de 10, as lojas de empresários locais ou que já antes funcionavam na cidade, num total de 80, espalhadas por cinco pisos de comércio. No que diz respeito à área ocupada, o Pão de Açúcar é a insígnia que mais pesa, com uma área de venda de 1.650 metros quadrados. O investimento do Grupo Auchan ronda os seis milhões de euros e vai criar 75 postos de trabalho. Os 400 lugares de estacionamento pago ao longo de três andares – a funcionar 24 horas por dia – são, segundo os promotores, outra das valências que trará benefícios para o shopping e para o comércio tradicional. O pagamento – que, por exemplo, não se verifica na Covilhã, mas que é exigido em Viseu (no Forum) – já constava do estudo de viabilidade económica do projecto, sendo, pelo menos nos próximos tempos, uma realidade incontornável na cidade mais alta.

Para Manuel Ferreira, presidente da FDO, «é através de investimentos como este, de cariz regional que estimulem a economia e criem reais oportunidades de emprego, que podemos enfrentar as dificuldades». Com as instituições bancárias receosas, o investimento foi dificultado, deixando 30 por cento do espaço por ocupar nesta fase. O que «não é uma preocupação para o Grupo FDO», refere Manuel Ferreira, que espera atingir os cem por cento por altura da Páscoa. Neste cenário, o responsável pela empresa bracarense reconhece aos lojistas já instalados o direito «de exigir melhores condições». Exigências que não passarão pela baixa do preço das mensalidades. «As rendas não são tudo. No contrato há grandes variantes que poderão estar em cima da mesa», sustenta o empresário. Para trás ficam as dificuldades relacionadas com a implantação no centro histórico – que dificultou a mobilidade de maquinaria e materiais – houve os cuidados com a segurança, o ruído, os estaleiros e a manutenção da via pública. A isto junta-se a morfologia do terreno, de onde foram retirados cerca de 100 mil metros cúbicos de rocha. Quanto ao trânsito, as soluções encontradas passam por permitir apenas a circulação no sentido ascendente, na Avenida dos Bombeiros Egitanienses. No largo do Prolar. a solução passa por uma rotunda oval, que circunda as rampas de acesso ao estacionamento. Esta é a descrição feita por Rocha Pereira, que nega qualquer recuo na ideia traçada no princípio: «O projecto inicial para o largo do Prolar era este. Não houve qualquer alteração».

Questionado sobre o Guarda Shopping Center, a inaugurar em 2010, Manuel Ferreira mostrou-se «sereno e tranquilo». «O nosso projecto está pronto, a partir de amanhã [ontem] abre ao público, e portanto compete depois aos decisores encontrarem soluções para o projecto deles, porque o nosso tem o mercado pela frente. Quem vier a seguir tem de ver se na Guarda ainda cabe ou não mais algum investimento», concluiu.

Vivaci Guarda em números

• Início da obra – **/03/2007

• Abertura ao público – 05/11/2008

• Investimento total – 33.2 milhões de euros

• Área bruta de construção – 37.850 metros quadrados

• Área bruta locável – 14.010 metros quadrados

• Área de circulação pública – 5.050 metros quadrados

• Lugares de estacionamento – 400

• Lojas – 80

• Postos de trabalho (directos e indirectos) – 1050

• Volume de negócio durante o primeiro ano (esperados) – 18 milhões de euros

Visitantes até ao final do ano (esperados) – 450 mil

Visitantes por ano (esperados) – Três milhões

Igor de Sousa Costa

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