A crise que a todos afecta sem excepção, revela, acima de tudo, que durante muitos e muitos anos, as questões de liderança nas organizações, quer sejam elas de natureza financeira, ou da sua supervisão, de natureza económica, nas suas diferentes áreas, ou política, foram pouco cuidadas num ambiente eufórico de crescimento insustentável em que fomos vivendo durante a última década.
Agora, como consequência de tanta incúria, aí temos uma terrível crise de contornos bem definidos, mas com diagnóstico preocupante. Tanto mais preocupante que, para além da sua transversalidade social e globalidade internacional, não se antevêem soluções que deixem antever uma realidade diferente, num futuro mais ou menos próximo.
Por essa razão, a importância dos processos de escolha de lideranças devem estar cada vez mais na ordem do dia, porque num mundo complexo de turbulência económica, social e política em que vivemos, precisamos cada vez mais de líderes que, todos e em cada dia, sejam capazes de gerar os processos de influência que, pela positiva e com integridade, levem as pessoas a desenvolverem forças anímicas que as estimulem a superar as suas dificuldades.
Ora, sendo incontestável a afirmação de CHIAVENATO de que “O ser humano não vive isoladamente, mas em contínua interacção com seus semelhantes”, é nas organizações que as pessoas vão encontrar o seu espaço de realização, por isso devemos levar em consideração o mesmo autor quando afirma que “ As organizações constituem a alavanca do desenvolvimento económico e social.”
Nesse sentido, nos tempos que correm, a liderança tem de ocupar o centro estratégico de um desenvolvimento organizacional que tem que ser coeso, eficaz e de qualidade.
Por isso, liderar, hoje em dia, tem que passar por comunicar, motivar, persuadir e influenciar positivamente, de modo a conseguir que pessoas normais tenham desempenhos excepcionais. Será essa a verdadeira competência da liderança eficaz, pois isso significará que ela é merecedora do reconhecimento por parte dos liderados.
Num novo paradigma de desenvolvimento e sustentabilidade social, económica, e ambiental que necessariamente terá que surgir como resultado da crise actual, é decisivo e crucial saber escolher as lideranças políticas cujo desígnio e desafio seja efectivamente o de promover a mudança, na medida em que esta é condição prévia de sobrevivência no ambiente de metamorfose em que vivemos. Mas isso apenas será conseguido com a adesão das pessoas e através de acções concretas sentidas e desenvolvidas no seu quotidiano.
Henrique Monteiro, Guarda