Seja ao entrar num comércio, seja simplesmente ao atravessar uma rua, o assunto ouvido reduz-se a uma frase ‘Estamos em crise!’. É ouvido hoje, foi ouvido há dois anos, há dez anos e, pela narrativa da nossa História, é ouvido há muito mais tempo. Não terá então havido mudança alguma durante tantos e tantos anos? Ou será que houve e o já tão incrustado hábito de crítica não permite ver e reconhecer? Parece que se criou uma rotina, quem sabe até uma falta de vontade e determinação, de debater outros assuntos (tão mais, ou até menos, importantes e interessantes, mas outros). É verdade que o País passou por fases menos positivas, é verdade que foram feitos sacrifícios (pessoais, profissionais e financeiros), mas é igualmente verdade que se vê (para quem pretende realmente ver) uma evolução positiva, uma vontade de investir, uma vontade de crescer e, acima de tudo uma vontade de Fazer. Pode dizer-se que há uma perspetiva da crítica, do discurso depreciativo, das palavras de culpabilizar, e há uma perspetiva de reconhecimento dos grandes sacrifícios feitos, mas com confiança que esses foram em prol de um futuro crescimento, de uma evolução, de um pôr em prática e de Fazer. A primeira é efetivamente o percurso mais direto, mais simples, mais fácil, contudo é com os sacrifícios feitos e posterior início de um crescimento ativo e aplicado que o país pode evoluir, continuar a evoluir, ou não é isso que o país ambiciona? Vamos acreditar que sim.
Por: Joana Correia Saraiva, arquiteta
