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Virgílio Bento quer «ciclo novo» na Guarda

O candidato independente desvinculou-se do PS e anunciou que quer liderar um conjunto de pessoas com «um sonho para a cidade e o concelho». E acusou candidatura de José Igreja, sem a nomear, de renegar «o património político e social do PS» na Guarda.

Presidentes de Junta eleitos pelo PS e PSD, militantes e dirigentes dos dois partidos, professores, funcionários da Câmara e cidadãos anónimos encheram, na passada quarta-feira, a sede de campanha de Virgílio Bento, na Rua Marquês de Pombal, para ouvir o candidato dizer que concorre à Câmara da Guarda como independente.

Entre os presentes destacaram-se Manuel Rodrigues, presidente demissionário da concelhia do PSD – que comunicou aos órgãos nacionais e locais do partido a sua «desvinculação do dever de militante» –, o médico João Correia, ex-líder do grupo parlamentar do PSD na Assembleia Municipal, Jorge Fonseca, provedor da Santa Casa da Misericórdia, Vítor Santos, vereador da Câmara, o empresário José Prata e mais de uma dezena de presidentes de Junta, algumas das quais as mais populosas do concelho (Gonçalo, Famalicão, Arrifana e S. Vicente). Após anunciar que se desvinculou do PS e dos cargos na concelhia local, Virgílio Bento reiterou que pretendia continuar como vereador até ao fim. «Não ponho, nem ninguém me pôs, dúvidas quanto ao cumprimento de um mandato que me foi concedido pela população», justificou, esclarecendo que o caso seria diferente se Joaquim Valente concorresse a outro mandato. Virgílio Bento disse também que «não podia ficar insensível aos apelos de cidadãos de variados setores da sociedade para que encabece e participe na construção de um projeto de futuro para a cidade».

Nesse sentido, sublinhou que quer liderar um conjunto de pessoas com «um sonho para a Guarda» e que pretende iniciar «um ciclo novo, que dê continuidade ao muito que de bom tem sido feito». E adiantou três objetivos. Um deles assenta numa visão de cidade «polo de serviços e de desenvolvimento turístico regional», outro aposta na vocação logística da Guarda, suportada na PLIE, mas atraindo novas empresas de indústria tecnológica. O terceiro centra-se na na diversificação da economia rural e na aposta numa agricultura de produtos de qualidade. «Não estamos numa época de prometer outro mundo, mas tão só de valorizar o mundo que temos», declarou o candidato, adiantando que também quer continuar a requalificação urbana da Guarda. Virgílio Bento aposta também na democracia participativa, «em que todos os cidadãos devem participar ativamente na gestão do espaço público». Por enquanto, o que promete é que, se for eleito, será presidente de Câmara «a tempo inteiro», sublinhando que não se candidata para «preencher um lugar honorífico, nem para realizar expetativas pessoais».

Virgílio Bento referiu-se igualmente à candidatura de José Igreja, sem a nomear, dizendo que «os últimos meses revelaram uma candidatura fechada sobre si mesma, sem nenhum objetivo de alargamento das bases de apoio e, pior, a querer renegar o património político e social do PS na Guarda». E acrescentou que, «ao contrário de outros, nunca procurei fingir que nada tinha a ver com o passado [do PS na Câmara]» e que a sua ação cívica, autárquica e política «nunca foi exercida na sombra». A terminar, e respondendo aos jornalistas, afirmou não ser responsabilidade sua «se a unidade [com José Igreja] não se construiu» e esclareceu que não se comprometeu «com o prazo de 48 horas» para um hipotético entendimento com o candidato socialista.

Luis Martins O candidato com João Correia, Manuel Rodrigues e Jorge Fonseca

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