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Vinhos da Beira Interior postos à prova

Segunda edição do concurso organizado pelo NERGA e Comissão Vitivinícola decorre terça-feira com 64 concorrentes

Sessenta e quatro vinhos da região demarcada da Beira Interior serão postos à prova na terça-feira, por ocasião da segunda edição do concurso promovido pelo NERGA (Associação Empresarial da Região da Guarda) e pela Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior (CVRBI).

O objectivo é promover a qualidade dos vinhos autóctones, mas também «encorajar a sua produção e estimular o seu consumo, apoiando a melhoria dos processos produtivos, os novos plantios e a reestruturação das vinhas existentes», adianta a organização, que apresentou o evento na segunda-feira. O concurso decorre novamente nas instalações da Quinta da Ponte, na Faia, a uma dezena de quilómetros da Guarda. Participam vinhos brancos, tintos, rosados e espumantes de 20 produtores da região – cinco adegas cooperativas e 15 particulares – classificados com a Denominação de Origem Controlada (DOC) Beira Interior ou como Vinho Regional Beiras. Já o espumante é um VEQPRD (Vinho Espumante de Qualidade Produzido em Região Determinada). Todos os vinhos concorrentes são obrigatoriamente novos e produto das colheitas efectuadas entre 1999 a 2008. Este ano, a entrega dos prémios está agendada para dia 27, durante um jantar da Confraria dos Enófilos da Beira Interior no Arquivo Distrital da Guarda. Na ocasião serão ainda entronizados novos confrades.

Para Pedro Tavares, presidente do NERGA, a associação empresarial «não podia deixar cair uma iniciativa que teve tanto êxito no ano passado e que é tão importante para o sector dos vinhos». E exemplificou, dizendo que uma garrafa do grande vencedor da primeira edição – o Quinta dos Termos – Escolha Virgílio Loureiro (tinto, 2006) – chegou a custar 20 euros no mercado. Por sua vez, João Pedro Esteves, dirigente da CVRBI, considerou que os vinhos da Beira Interior estão «a melhorar muito», mas lamentou que muitos produtores não os certifiquem, preferindo vendê-los como vinhos de mesa. «Além de os valorizar, a certificação é uma fonte de receita importante para a Comissão Vitivinícola», disse, revelando também que só no último ano surgiram quatro novos produtores particulares, donos de vinha reconvertida «com excelente potencial», nas sub-regiões da Cova da Beira e Pinhel «devido ao não pagamento de uvas por parte das adegas».

Quanto à próxima campanha, João Pedro Esteves diz haver «boas perspectivas de produção, mas este mês é crítico. As chuvadas intensas e o granizo são o grande problema da nossa vinha nesta altura». No entanto, o presidente da CVRBI garante que a reestruturação está «a dar muita qualidade» aos vinhos da Beira Interior, que eram «pouco conhecidos até há pouco tempo». Segundo dados oficiais, actualmente cerca de 1.600 hectares da região demarcada estão reconvertidos, o que corresponde a 10 por cento da área total. Presidido por António Galhardo Simões, o júri é constituído por 16 elementos, entre enólogos e representantes de uma revista especializada e de outras comissões vitivinícolas portuguesas. A sua função é galardoar o melhor vinho DOC Beira Interior e o melhor regional Beiras, bem como atribuir medalhas de ouro e prata e menções honrosas.

Luis Martins Júri é formado enólogos, representantes de outras comissões vitivinícolas e por um crítico de uma revista especializada

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