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Vinhos da Beira Interior à mesa norte-americana

Principais marcas da região viajaram até Nova Iorque, Miami, Toronto e Montreal

Os vinhos de quatro adegas cooperativas da Beira Interior – Figueira de Castelo Rodrigo, Covilhã, Pinhel e Beira Serra, de Vila Franca das Naves, foram apresentados em acções de degustação nalgumas das principais cidades dos Estados Unidos e Canadá. O projecto “Promoção de Vinhos Portugueses em Países Terceiros” passou por Nova Iorque, Miami, Toronto e Montreal, nos finais de Junho, com o objectivo de promover as marcas nacionais e foi concretizado pela Federação Nacional das Adegas Cooperativas (Fenadegas). Através desta iniciativa, «pretendeu-se dar a conhecer a qualidade dos nossos vinhos», adianta Mário Ferreira da Silva, director-geral da UNACOBI (União das Adegas Cooperativas da Beira Interior).

A ligação das adegas a agentes ou distribuidores para esses mercados tornou-se uma realidade com esta acção promocional. Uma vez que permitiu estreitar uma relação comercial com estes países, estabelecendo contactos «muito promissores e esperamos dentro em breve começar com as exportações», refere aquele responsável, que participou no evento. «Avançar passo a passo e de uma forma segura é como está a ser encarada esta aproximação», acrescenta, pois pretende-se atingir determinados mercados com benefícios para os viticultores da região. As acções decorreram em restaurantes e outros locais das cidades visitadas, como o Clube dos Banqueiros de Miami ou o University Clube de Toronto. Para a apresentação dos vinhos, realizou-se um seminário onde foram divulgadas as várias regiões e os respectivos produtos, incluindo as diferentes castas e técnicas. «A mesa dos vinhos da Beira Interior foi considerada a melhor nas quatro acções, já que apresentou a selecção de vinhos mais consistente», congratula-se o director-geral da UNACOBI. Segundo Mário Ferreira da Silva, os importadores, agentes, jornalistas e outros convidados foram surpreendidos pela «qualidade e vigor» dos rosés, os brancos e os tintos da região.

Para além da qualidade na apresentação dos vinhos, «com novos rótulos e novas garrafas», frisa o responsável. Mas tudo isto só foi possível graças à aproximação das adegas da Beira Interior: «É uma estratégia que poderá dar frutos muito importantes para a economia desta região vitivinícola», assevera Mário Ferreira da Silva. De resto, esta é uma acção que vai repetir-se nos próximos dois anos no Brasil, China, Japão, Hong Kong e Macau. Desde 1999 que os vinhos da Beira Interior são de Denominação de Origem Controlada, com as sub-regiões de Castelo Rodrigo e Pinhel, a Norte, e a da Cova da Beira, a Sul. «Já estamos a mexer nesta região como um todo», sustenta o director-geral da UNACOBI, para quem o próximo desafio reside em «começar a “desenhar” vinhos, com características específicas para cada uma das adegas da Beira Interior». Na sua opinião, só agora a região começa «a acordar de um sono letárgico que a tem impedido de mostrar o seu enorme potencial para produzir vinhos de grande elegância, carácter e longevidade».

Patrícia Correia

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