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Vila Franca das Naves vai ter novo quartel de bombeiros

Câmara de Trancoso quer GNR no edifício das antigas escolas primárias

A construção do novo quartel dos bombeiros de Vila Franca das Naves foi formalizada na última sexta-feira em Trancoso. O edifício, a construir de raiz, está orçado em cerca de 500 mil euros e foi comparticipado pelo Ministério da Administração Interna, a Câmara de Trancoso e a Associação Humanitária dos voluntários vilafranquenses. Em contrapartida, ainda não há acordo quanto às futuras instalações da GNR trancosense, que a autarquia pretende deslocalizar do centro histórico para o edifício das antigas escolas do primeiro ciclo.

O futuro quartel de Vila Franca das Naves será de tipo A e espera-se que seja lançado ainda este ano o concurso público de construção para que o equipamento esteja concluído até ao final de 2005. Perspectivas que deixam Adelina Araújo, presidente da Associação Humanitária, muito satisfeita: «Estou sobretudo contente pelos nossos bombeiros, porque são eles que sofrem as agruras das actuais instalações», refere. A poucos dias do início da época oficial de incêndios, o secretário de Estado Adjunto do Ministro da Administração Interna, Paes de Sousa, que assinou o protocolo, aproveitou a ocasião para apelar a uma «perspectiva positiva» quanto ao tema dos fogos florestais. «Tudo foi feito da parte do Governo para reunir uma panóplia diversificada de meios ao nível da prevenção e do combate. Houve um grande esforço dos instrumentos do Ministério da Agricultura, da componente militar e programas acrescidos na área dos sapadores florestais e da vigilância. Investiu-se como nunca nessa área preventiva para que a época de 2004 decorra com normalidade», considerou o governante, para quem chegou também a altura de cada cidadão «comparticipar nesse combate» contra os incêndios.

«Durante décadas o país não investiu na prevenção, mas agora estamos perante uma grande reforma, cujas bases estão praticamente definidas. Não podemos encarar a próxima época de incêndios com a perspectiva de que tudo vai correr mal, é evidente que há vulnerabilidades no sistema, mas tudo foi feito para virar a página nesta matéria. Temos de ter, de uma vez por todas, uma perspectiva positiva e não continuar com as críticas e as lamúrias», acrescentou Paes de Sousa. Menos polémico será o destino da GNR em Trancoso. O secretário de Estado ficou a par da intenção da autarquia e garantiu desde já uma verba «substancial» para o projecto. Quanto ao resto, nada de compromissos. Contudo, Júlio Sarmento considera que Paes de Sousa foi «sensível» às pretensões de ocupar o actual edifício onde está instalado o quartel, propriedade da Câmara e localizado no centro histórico, com um núcleo museológico. «É uma obra que representa um investimento de 200 mil contos e que temos que candidatar no âmbito do programa das Aldeias Históricas até final 2006. Mas há que fazer o projecto de arquitectura e dos conteúdos temáticos», refere o presidente do município. Nesse sentido, espera que haja condições até 2006 para que a GNR possa mudar-se para o edifício das antigas escolas do primeiro ciclo de Trancoso, também propriedade da Câmara, para permitir o começo da obra física no actual quartel. «É um prazo que se ajusta aos nossos horizontes e compromissos financeiros», garante.

Luis Martins

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