Os vereadores do PSD na Câmara da Guarda estão satisfeitos com a decisão do Governo de recorrer ao Fundo Europeu de Ajustamento à Globalização (FEAG) para ajudar financeiramente os desempregados da Delphi. A distrital tinha proposto esta medida no início da semana passada, em conferência de imprensa.
No entanto, os sociais-democratas criticam, em comunicado, «a falta de empenho da autarquia na resolução dos problemas dos guardenses» e chegam mesmo a acusar o Partido Socialista e o Governo de andarem «a reboque do PSD». A crítica surge sobretudo por «não ter havido reconhecimento público do contributo» social-democrata na questão da Delphi. Os vereadores entendem que deveria ter sido reconhecido que a ideia de recorrer aos fundos comunitários partiu do PSD Guarda. Numa conferência de imprensa, realizada no início da semana passada, os sociais-democratas exigiram ao Governo que concedesse aos funcionários da Delphi o mesmo tipo de apoio comunitário atribuído aos desempregados da fábrica Quimonda, de Vila do Conde. Um dia depois, o Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social garantia que «o IEFP [Instituto de Emprego e Formação Profissional] já tinha decidido apresentar uma candidatura ao FEAG».
Para Rui Quinaz e Ana Fonseca, esta é «uma estranha coincidência». «Então o Governo tinha tomado a decisão e não a anunciou à Guarda e aos trabalhadores antes do encerramento da Delphi?», questionam. É neste seguimento que os vereadores acusam o Governo e o PS de andarem «a reboque» do seu partido. No comunicado, criticam ainda o presidente da autarquia, Joaquim Valente, por ter afirmado na última reunião de Câmara que esse apoio comunitário não seria possível porque o caso da Quimonda «era muito diferente». «No dia seguinte o Governo desmentiu o presidente do município e confirmou a candidatura à ajuda comunitária. Então já tinham decidido o apoio e o presidente não sabia?», interrogam os vereadores da oposição.
