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Vereador socialista vai fazer o mapa de custos do pré-escolar

Miguel Nascimento pretende apurar a verdade num contencioso que se arrasta desde o ano passado entre os pais e a autarquia

O vereador socialista na Câmara da Covilhã vai fazer o mapa de custos do pré-escolar para apurar a «verdade» sobre os valores cobrados aos pais pelo prolongamento de horário e fornecimento de alimentação na rede pública do pré-escolar. A tomada de posição, anunciada na última reunião do executivo camarário, surge após a impossibilidade da autarquia apresentar um mapa «objectivo em relação ao custo por sala e às despesas com as crianças», sublinha Miguel Nascimento.

Situação que deixou o vereador do PS «preocupado», porque «se não tem esse custo, também não pode encontrar um valor objectivo para fazer esse “finca-pé” em relação a pagamentos de verbas que os pais consideram exorbitantes», refere, decidindo assim tomar as “rédeas” de uma questão que se tem arrastado há algum tempo. A ideia de Miguel Nascimento é especificar os custos por sala e por criança para assim contrabalançar com as verbas que a autarquia recebe do Ministério da Educação para as duas valências de apoio social, apetrechamento didáctico–pedagógico, despesas de transporte e colocação de auxiliares de educação. A imposição de 104,42 euros mensais de comparticipação familiar já motivou uma forte contestação dos pais e um parecer da Direcção Regional de Educação do Centro (DREC) a dar razão aos pais (ver edições 186 e 188 de “O Interior”). «Compreendo que a Câmara não possa perder dinheiro com esta questão, mas recuso que sejam os pais a financiarem este serviço», critica Miguel Nascimento, ressalvando que «se fosse hoje, não votava [os aumentos da comparticipação familiar], enquanto não fossem apresentados os valores».

Mas para Carlos Pinto o que importa é o número de pais que contestam os valores a cobrar no pré-escolar. «Se existirem 150 pais e só um a contestar, que importância tem», questiona, para além de aconselhar os pais que exigem mais qualidade a «procurar outras escolas». Jorge Cunha, um dos contestatários, considera que a posição de Miguel Nascimento «peca por tardia», acusando-o de não ter estado interessado em ouvir os pais quando estes questionavam a política de justiça social da Câmara. Por isso, espera para ver a posição do vereador, ainda para mais quando este apoiou a Câmara da Covilhã no princípio de «quem mais ganha, mais paga» e permitir que os mais carenciados tenham acesso ao pré-escolar. «Eu não me importo de pagar, desde que seja o justo» garante, defendendo que cabe ao Estado suportar esse custo e «não a mim», ainda para mais quando a componente social tem «o mínimo de condições». Por agora, os pais aguardam a posição da Inspecção Geral da Administração do Território (IGAT), para depois tomarem medidas.

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