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Verão frio tem afastado pessoas das piscinas da Guarda

Equipamento municipal regista «metade» da faturação no primeiro mês e meio de utilização nesta época em comparação com o período homólogo de 2010

O tempo incerto e um ano letivo que terminou mais tarde são as causas apontadas para o decréscimo na procura das Piscinas Municipais da Guarda neste verão. Até meados deste mês, e contabilizando junho, o equipamento regista «metade da faturação» que teve no ano transato. Ao invés, verifica-se uma subida na taxa de utilização anual para 76 mil utilizadores, com uma média de afluência diária de 250 pessoas.

«Este ano, infelizmente, o Verão está incerto e os emigrantes também ainda não chegaram com a mesma afluência. Notámos isso logo no princípio deste mês. Estão a vir mais tarde e nota-se muito essa quebra, principalmente porque os dias estão muito incertos», reconhece o coordenador-geral do complexo, que comemorou 12 anos de existência recentemente. Luís Poço sublinha que «numa semana têm estado um ou dois dias bons e os restantes frios, o que é suficiente para haver uma quebra na afluência», até porque «nota-se que as pessoas procuram as piscinas no verão mais para estarem no exterior, pela exposição solar», sendo que, «com o frio, ficam em casa e não têm grande apetite para virem às piscinas». Além disso, «as aulas acabaram um pouco mais tarde este ano e tudo isso contribuiu para uma quebra», já que «nos anos letivos mais curtos notava-se logo essa afluência», refere, adiantando não haver neste momento um dado indicador do número de entradas nos meses de verão.

De junho de 2010 a junho de 2011, o equipamento de lazer teve 76 mil utilizadores, «o que representa uma subida em relação ao ano anterior». Já a média anual de afluência diária é de 250 utentes, isto contando «todos os utilizadores, incluindo a época de inverno e o ano letivo, o período forte das piscinas, em que felizmente no ano letivo 2010/2011 recuperámos os mil alunos pagantes [na Escola de Natação], o que para nós foi muito bom». De resto, «há dois anos que não mantínhamos essa média», sublinha, enaltecendo que na hidroginástica registou-se uma afluência ainda maior, tendo havido uma «duplicação» do número de alunos. O coordenador realça que «no principal, que é a Escola de Natação e a utilização de inverno, voltámos a ter os números significativos de 2005 e 2006». Neste interregno verificou-se algum decréscimo devido a «algumas concorrências» e no «número de utilizadores mais novos».

«No pico do inverno chegamos a pagar 11 mil euros por mês de gás natural»

O inverso sucedeu com os utilizadores mais idosos, que se mostram «mais assíduos e muitos deles, alguns reformados, têm um horário que lhes facilita a utilização» das piscinas, havendo pessoas «que vêm três a quatro vezes por semana». «Antigamente havia muita turma de criança, mas essa área reduziu-se na classe mais jovem e a aumentar nas classes mais velhas, a partir dos 30 e tal anos», explica. Luís Poço afirma que, como o nosso inverno é rigoroso, as pessoas procuram as piscinas para se manterem ativas e em boa forma. O responsável sustenta que houve «muitos utilizadores – hoje livres – que saíram da nossa escola porque já sabem os exercícios que devem fazer».

Em relação à necessidade de obras num equipamento com mais de uma década, o coordenador assegura que a capacidade de água é a «suficiente para os utentes que temos», ao contrário do que sucede com os balneários, onde «estamos aquém», No período compreendido entre as 17 e 20 horas há mesmo um «congestionamento de demasiados utilizadores para tomarem banho». Defende que também deveria haver investimento «no bom isolamento do edifício, porque há muitas percas de calor e também tem um desgaste elevado devido aos químicos». A aposta em energias alternativas/renováveis também seria importante, pois «no pico do inverno chegamos a pagar 11 mil euros por mês de gás natural» para aquecer a água, «que chega a um ou dois graus e temos de a colocar a 32». A existência, por exemplo, de painéis solares térmicos permitiria «fazer um pré-aquecimento de água», o que possibilitaria uma poupança na fatura da água.

Uso de touca nas piscinas exteriores é «norma higiénica que está legislada»

Causa alguma estranheza o fato de ser obrigatório o uso de touca nas piscinas exteriores ao contrário do que sucede na maior parte dos restantes espaços municipais do género existentes na região. Confrontado com esta questão, Luís Poço assegura que «a norma nem sequer é nossa. Já partiu de nós mas neste momento é uma regra geral em qualquer piscina. A utilização de touca é uma norma higiénica que está legislada. Noutras piscinas lá saberão…», reforça. O responsável explica que no início da abertura do equipamento não havia obrigatoriedade do uso de touca, mas depois verificou-se a alteração «porque vimos qual é a diferença de um ano com toucas e de um ano sem toucas». Assim, «em termos de limpeza de filtros é completamente diferente, nomeadamente ao nível de cabelos», sendo que «o cabelo é o pior para ser destruído e nota-se isso nos balneários. Há muita dificuldade para serem destruídos e para nos vermos livres deles», salienta. O coordenador frisa que «as pessoas têm que perceber que são elas que sujam a água», daí que «se queremos que ela seja melhor também devemos cuidar melhor de nós». Assim, «temos que perceber que é uma água que tem uma certa circulação e renovação mas não é suficiente se nós como utilizadores não metermos na cabeça a nossa própria educação de higiene».

Ricardo Cordeiro De junho de 2010 a junho de 2011, o equipamento teve 76 mil utilizadores, o que representa uma subida

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