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“Velha” voltou a oferecer castanhas e vinho em Aldeia Viçosa

A tradição cumpriu-se na passada quinta-feira, numa atividade que promoveu também o azeite da localidade

«O dia mais lindo que Aldeia Viçosa tem é o do Magusto da Velha». Quem o diz é Conceição Antunes, comerciante naquela aldeia do concelho da Guarda, que se mostra satisfeita com a afluência ao largo central da povoação. «Morremos nós, morrem as gerações que vêm, mas este dia nunca acaba», garantiu a residente a O INTERIOR.

O madeiro aqueceu um dia marcado pelo frio e por algumas “ameaças” de chuva, o que não afastou as várias dezenas de pessoas que se juntaram à festa. A tradição já remonta ao século XVII, quando uma velha abastada deixou uma herança à povoação para, um dia por ano, esta comer castanhas e beber vinho. O evento é agora custeado pela Junta de Freguesia, que este ano contou com o apoio de alguns populares, mas o magusto continua a ser da velha. As castanhas voltaram a ser atiradas da torre da Igreja Matriz, assim como rebuçados, acompanhados pela degustação do vinho “Aromas do Mondego”, da Quinta de S. Lourenço. Ao apanharem os frutos do chão, as pessoas sujeitam-se às já habituais “cavaladas”, que contribuíram para animar a tarde.

Messias Pais não tem dúvidas que «é para continuar». «Este costume é muito bonito», vinca o morador, sublinhando que «traz cá muita gente das outras terras». É o que acontece com Carina Morais que, tendo família na aldeia, se lembra «desde pequenina» desta tradição. «É interessante ver que há cada vez mais pessoas que vêm», sublinha a visitante, acrescentando que «houve alguns anos que parecia um pouco adormecida, mas agora podemos ver que o adro está cheio e muita gente nova adere».

O balanço é positivo: «Tivemos muita gente e as castanhas eram boas», considera Luís Prata. Também o azeite integrou o programa deste ano, numa tentativa de promover e sensibilizar para a importância deste produto. «Temos o melhor azeite de Portugal, pelo que queremos divulgá-lo», defendeu o presidente da Junta de Aldeia Viçosa, salientando que «queremos criar a casa do azeite». «Há muitas quintas a apostar neste produto, sendo nossa competência ajudar a que a economia local prospere», frisou. A atividade integrou ainda uma mostra artesanal e animação de rua.

Levantamento da penhora “alivia” Junta

O dia começou com uma Assembleia de Freguesia ordinária, que incidiu mais uma vez sobre as dívidas da Junta, que ascendem os 200 mil euros. «As novidades são poucas, estamos a fazer mais com menos, mas não há milagres», declarou Luís Prata.

O levantamento da penhora por parte da construtora Albino Teixeira, na semana passada, fez o executivo “respirar de alívio”, já que, caso isso não acontecesse, «seria insustentável», descreve o autarca. Já os deputados da oposição voltaram a não marcar presença, assim como os três elementos seguintes, que não apareceram quando foram chamados a substituí-los: «Lamentamos, até porque a campanha que a lista do PS fez foi em torno do papel da Assembleia de Freguesia», criticou.

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