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Vasco Lino sucede a Ana Manso

Composição do novo Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde da Guarda será confirmada hoje. Fernanda Maçoas vai ser a nova diretora clínica da ULS

Diretor do Agrupamento de Centros de Saúde da Cova da Beira desde o passado mês de agosto, Vasco Lino é, ao que tudo indica, o sucessor de Ana Manso na presidência do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde da Guarda. A proposta de exoneração da atual equipa, que tomou posse em dezembro de 2011, irá à reunião do Conselho de Ministros de hoje, onde também deverão ser apresentados os demais constituintes do novo CA da ULS.

Vasco Lino tem 55 anos e fez parte do Conselho de Administração do Centro Hospitalar da Cova da Beira entre dezembro de 2002 e janeiro de 2006. É pós-graduado em Gestão de Cuidados de Saúde e está a frequentar o mestrado em Gestão de Unidades de Saúde na Universidade da Beira Interior. Da nova administração deverão fazer parte também Fernanda Maçoas, como diretora clínica, Gil Barreiros, como coordenador dos Centros de Saúde, Flora Moura, vinda da Entidade Reguladora de Saúde, e João Bernardo Marques, como enfermeiro-diretor e que, curiosamente, é marido da atual responsável por aquela área, Ester Vaz. A especialidade de Fernanda Maçoas é Gastrenterologia e a médica fazia parte da assessoria da direção clínica cessante.

Curiosamente, na passada quinta-feira, no mesmo dia em que o Secretário de Estado da Saúde, Fernando Leal da Costa, assegurava em Seia que a presidente do CA da ULS da Guarda continuava «perfeitamente no exercício normal das suas funções», o gabinete de Paulo Macedo adiantava a O INTERIOR que «dentro em breve a Administração Regional de Saúde do Centro anunciará os novos elementos» que integrarão a nova administração da ULS. De resto, O INTERIOR sabe que a decisão está tomada há uma semana e só um dos lugares do novo CA, a direção clínica, não estava confirmada na passada quinta-feira.

Nesse mesmo dia, dois jornais nacionais garantiam que a substituição de Ana Manso estava «iminente». Ambos os diários anunciaram que as conclusões à auditoria financeira da gestão de Ana Manso feita pela Inspeção-Geral das Atividades de Saúde (IGAS) seriam «determinantes para o afastamento» da antiga deputada do PSD.

De acordo com o “Jornal de Notícias”, o relatório da IGAS aponta para «irregularidades financeiras e administrativas e adulteração de dados clínicos» de Ana Manso, destacando a nomeação do seu marido, Francisco Manso, em dezembro de 2011, para auditor interno da ULS. Segundo aquele diário, o relatório da IGAS retrata «uma instituição despoticamente controlada por Ana Manso, eivada de favorecimentos a amigos e de ilegalidades que vão desde a adulteração de registos clínicos à falta de controlo orçamental e despesas pagas sem justificação à presidente». Diz o JN que a ULS da Guarda «falhou no controlo da despesa, na sistematização dos registos financeiros e na entrega de relatórios trimestrais de execução orçamental, de linhas de orientação, planos de investimentos e de manuais de procedimentos em quase todas as áreas de gestão». O relatório da IGAS realça também a situação de João Bandurra, advogado e amigo de Ana Manso, de ter gabinete no Hospital e «procuração para representar a ULS e participar em reuniões da administração, apesar de não ter qualquer vínculo à instituição».

Decisão «da responsabilidade» do ministro

O presidente da Distrital da Guarda do PSD garante que «nunca» pediu «a cabeça de ninguém» e que a decisão de exonerar a administração liderada por Ana Manso é «unicamente da responsabilidade do ministro da Saúde». Júlio Sarmento esteve reunido na noite da última terça-feira com Paulo Macedo e com o presidente da ARS do Centro, José Tereso, tendo declarado que o governante «quer apenas tranquilidade, bom serviço aos utentes e boa gestão económica». De resto, o dirigente salienta que Paulo Macedo é «avesso a polémicas e excesso de mediatismo», daí a decisão de exonerar Ana Manso, sendo que um dos critérios para determinar o seu sucessor era «não a substituir por outra figura do PSD», pois isso iria «fracionar ainda mais o partido porque iria gerar uma “guerra” partidária interna». «Isso eu defendi, teria que ser alguém independente e era mais sensato vir de fora», assume Sarmento, que adianta que Paulo Macedo virá à Guarda quando o novo CA tomar posse – ao contrário do que aconteceu com Ana Manso – e que assegurou «sossego em relação à manutenção da Maternidade».

De resto, o governante fez saber que «não conseguiríamos segurar a polémica se Ana Manso continuasse», daí que «a única forma de sossegar é virem pessoas de fora com bom perfil, que sejam dialogantes e que não pertençam a grupos». O presidente da distrital do PSD não confirma o nome de Vasco Lino para a liderança da ULS, pois poderá haver alguma alteração de última hora, mas assume que no Conselho de Ministros «desta quinta-feira vai haver exoneração do atual CA e nomeação de nova equipa».

Ricardo Cordeiro Ana Manso acompanhou o Secretário de Estado da Saúde numa visita a Seia na última quinta-feira

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