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Vara detido por transferir ”luvas” para testa-de-ferro de Sócrates

O antigo ministro socialista Armando Vara foi ontem detido, no âmbito da Operação Marquês. Enquanto dirigente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Vara terá patrocinado os custos financeiros do empreendimento de Vale do Lobo, no Algarve. A intervenção do antigo ministro centrar-se-á na libertação de cerca de 200 milhões de euros, vindos da CGD, avança hoje o Jornal de Notícias.

Enquanto administrador do banco público, Armando Vara era o responsável pelo pelouro das participações financeiras no setor privado e terá, alegadamente, forçado a entrada da CGD no negócio. O Ministério Público acredita que as alterações no Plano de Ordenamento do Território para o Algarve (PROTAL) só foram possíveis mediante a intervenção financeira da CGD, tese que José Sócrates refutou.

Depois do aval do PROTAL terão sido feitas transferências no valor de 12 milhões com origem no empresário Hélder Bataglia, que passaram pelo administrador do grupo Lena (Joaquim Barroca Rodrigues) e que terminaram na conta do amigo de infância de Sócrates, o empresário Carlos Santos Silva, com conta bancária na Suíça. A investigação considera que essas verbas funcionaram como ‘luvas’ pela aprovação do PROTAL.

Além de buscas feitas pelo Ministério Público a escritórios e casas do ex-ministro, o JN avança que a CGD também foi alvo de buscas. Armando Vara vai ser apresentado hoje ao juiz Carlos Alexandre, do Tribunal Central de Instrução Criminal, sob as suspeitas de crimes de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais.

Estima-se que o negócio do resort turístico terá causado perdas à CGD na ordem dos 100 milhões de euros.

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