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«Valorizar inovar e potenciar o território»

Entrevista a António Ruas, presidente da Associação de Municípios da Cova da Beira

P – Qual é o objetivo da segunda edição da Ecoraia?

R – Este evento surge no âmbito de um projeto de cooperação transfronteiriça e visa impulsionar a iniciativa privada da zona da raia. Trata-se de uma feira tipicamente promocional mas de carácter comercial e onde logicamente na sequência da primeira edição da Feira se estabelecerão e reforçarão contatos empresariais em termos comerciais entre os dois países. É logicamente uma oportunidade para os pequenos e médios produtores locais da zona raiana. Creio que é necessário potenciar e dinamizar o que de melhor temos na região e esta feira traduz isso mesmo, ou seja, a possibilidade de se exporem os produtos tradicionais e regionais e de se estabelecerem contatos, quer de comercialização, quer de troca de saberes na promoção dos produtos regionais. Logicamente que este evento permitirá ainda contribuir para o processo de dinamização, modernização e diversificação do sector agroalimentar e turístico das duas regiões BIN- SAL e estou convencido que quer o público espanhol, quer o público português se sentirão atraídos em conhecer localmente onde se produzem estes produtos de origem rural.

P – Haverá algumas diferenças em relação à I edição da Ecoraia?

R – O figurino será semelhante à primeira edição. Vamos manter o padrão de disposição espacial dos produtores na Feira, isto é, faremos os possíveis para integrar os produtores espanhóis com os produtores portugueses, ficando dispostos de forma misturada. Dado o sucesso da primeira edição vamos ter certamente mais produtores locais presentes na feira, o que vem, de certa forma, enriquecer mais ainda o evento.

P – Acha que a Ecoraia poderá traduzir-se numa marca regional vendável?

R – A nossa ideia passa por isso mesmo, isto é, que com esta mostra gastronómica, cuja génese surge no mundo rural, que por sua vez transpira indicadores de crise, se possa evidenciar aos que ainda acreditam, bem como aos menos crentes que o mundo rural pode também ele ser promissor de novos e melhores produtos. Com este, e outros certames semelhantes, estamos certos que a marca Ecoraia será cada vez mais publicitada e obviamente mais procurada no futuro. Eu mesmo sou da opinião que o sector agrícola/rural, especialmente, na nossa região, que é riquíssima em recursos endógenos, pode ajudar a atenuar os fatores negativos da crise se houver uma aposta no crescimento da produção regional/nacional no setor e se as novas gerações abraçarem uma profissão que tem vindo a ter cada vez menos sucessores. Se as pessoas quiserem dedicar-se a esta atividade têm imensas oportunidades nos dias que correm, até porque as condições de trabalho atuais no campo são incomparavelmente melhores quando comparadas com as que existiam há uma década atrás.

P – Que outras vantagens crê que esta feira ou eventos semelhantes possam trazer para a região?

R – Creio que nós, autarcas, que estamos no terreno, temos o dever de sensibilizar a população para as mais-valias da aposta no mundo rural, quer em termos turísticos, quer em termos agroalimentares, através destes eventos. Porém, é preciso que o governo central crie ferramentas e medidas que incentivem ao repovoamento agrário, de forma a captar uma parte dos recursos humanos desaproveitados, e fixá-los de forma ativa nas zonas rurais.

P – Quantos expositores vão estar presentes nesta edição?

R – Nesta edição vão estar presentes cerca de 60 produtores portugueses e 30 produtores espanhóis distribuídos por cerca de uma centena de stands. Vão estar organizados por sectores de produtos agroalimentares caseiros e ecológicos de Espanha e Portugal. De referir ainda que os produtores vão estar agrupados em oito sectores: vinhos; lacticínios e derivados; azeites; enchidos: produtos secos: farinhas e derivados; marmeladas e conservas, e alguns produtos caseiros e ecológicos que não estão incluídos nos sectores anteriores.

P – Quais são os representantes institucionais presentes na Feira e que outras atividades vão decorrer nesta edição da Ecoraia?

R – Na feira vão estar ainda presentes stands institucionais das Câmaras Portuguesas, a Diputación de Salamanca e o seu Organismo Autónomo de Emprego e Desenvolvimento Rural, assim como a Associação de Municípios da Cova da Beira, como promotor do evento. De referir que durante esta edição da Feira haverá ainda algumas atividades complementares, nomeadamente lúdicas exclusivas para crianças e estão ainda programadas uma série de exposições, atividades musicais e teatrais. Logicamente que ao longo dos dois dias de Feira os expositores realizarão provas e degustações dos seus produtos.

P – O que mais poderá salientar relativamente à organização do evento?

R – Esta segunda edição da Feira Transfronteiriça Ecoraia é uma das atuações previstas no Projeto “Valorizar, Inovar e Potenciar a Beira Interior Norte e a Província de Salamanca” (projeto VIP BIN-SAL 3E) e que foi possível graças à aprovação do referido projeto na primeira convocatória do Programa Operativo de Cooperação Transfronteiriça Espanha-Portugal 2007-2013 (POCTEP). Tem como parceiros institucionais a Diputación de Salamanca, a Associação de Municípios da Cova da Beira como sócios, em representação das Câmaras Municipais da Beira Interior Norte e a Câmara Municipal de Almeida, e cujo objetivo é desenvolver um quadro de cooperação transfronteiriço que facilite a integração dos territórios mediante um conjunto de ações publico-privadas que reverterão para a dinamização da nossa produção e coesão social do território em comum como é o caso desta feira.

«Valorizar inovar e potenciar o território»

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