«É o PS que marca a sua agenda e o seu calendário», disse anteontem à noite o presidente da concelhia da Guarda no final da reunião da comissão política, na qual Joaquim Valente decidiu manter o tabu sobre a sua recandidatura ou não à Câmara da Guarda.
Ouvido por O INTERIOR, Nuno Almeida adiantou que o atual presidente do município esteve presente e não falou do assunto, mas «está consciente que tem uma decisão para anunciar em tempo útil e nos prazos estipulados pelos órgãos nacionais do partido». Nesse sentido, nesta reunião, os membros da comissão política ficaram a conhecer os “timings” definidos no Largo do Rato para a escolha dos candidatos às autárquicas de 2013. «Até ao final de setembro será divulgada a forma como o processo se vai desenrolar e quais os critérios a seguir. A partir de 1 de outubro começarão a ser escolhidos os candidatos, sendo que as concelhias onde houver mais dificuldades terão mais tempo para decidir, mas tudo tem que estar definido até ao final do ano. Esta é a recomendação do PS nacional», acrescentou Nuno Almeida. Segundo o presidente da concelhia guardense, Joaquim Valente «sabe os prazos para se tomarem as decisões para as autárquicas e comunicará a sua quando o entender».
E se o edil confirmar que não se recandidata, o dirigente é tranquilizador: «Não será a primeira vez que o PS da Guarda iniciará um processo de escolha do candidato à Câmara», afirma. De resto, Nuno Almeida considerou que a reunião da comissão política foi «normal», tendo sido abordados temas como a situação económica do país e as novas medidas de austeridade agora anunciadas, que «vão empobrecer ainda mais os portugueses». Os elementos deste órgão concelhio também ficaram a conhecer o trabalho que os eleitos do PS na Assembleia Municipal têm feito na Comissão de Trabalho para a Reforma da Administração Local criada na AM.
A previsível não recandidatura de Joaquim Valente foi comentada por Rui Quinaz na última reunião do executivo. O vereador do PSD considerou que esta decisão era «o que se esperava» porque, «no computo dos dois mandatos, o presidente não foi capaz de atingir nenhum dos objetivos estratégicos que propôs, caso da PLIE, do Guarda Mall, da regeneração do centro histórico e da captação de investimento e empresas». Por isso, para o eleito da oposição, «a herança deste ciclo é extremamente negativa para a Guarda», ironizando que «a renovação e a mudança são sempre positivas porque se mantém, pelo menos, esperança no futuro, sentimento que este executivo já não transmite».
Por sua vez, Virgílio Bento – que é dado como um dos putativos candidatos à sucessão, a par de Vítor Santos, José Igreja e até mesmo Fernando Cabral, o “braço direito” de Seguro na Guarda – disse desconhecer qual será a decisão de Joaquim Valente e contra-atacou: «O vereador Rui Quinaz está muito preocupado com o PS quando devia estar era com o PSD», declarou.
Luis Martins
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