Arquivo

Vale o que vale…

A síntese da Execução Orçamental de Novembro, divulgada no inicio desta semana pelo Ministério das Finanças, indica que o défice do subsector Estado caiu pela primeira vez este ano cerca de 100 milhões de euros, vindo da fonte que é vale tanto como as promessas do início deste ano que o governo socialista apresentou…

BPN mais 500 milhões… Não há dinheiro para aumentos; não há dinheiro para a saúde; não há dinheiro para a educação; não há dinheiro para medicamentos; não há dinheiro para nada… E depois vêm falar dos submarinos, da Segurança Social, do subsídio de desemprego, da despesa com a saúde e educação, do RSI, etc. Srs. economistas digam lá que estes “roubos ao contribuinte” para manter empresas parasitas moribundas não dariam para pagar isso tudo e ainda manter o défice abaixo dos 3 por cento? Fazendo contas, a estes 500 milhões de euros há que juntar as injecções de 4.800 milhões de euros da CGD, o que dá qualquer coisa como 523 euros por cada um dos 10 milhões que estão neste rectângulo – Portugal!

Durante a semana passada tivemos conhecimento do Programa “Diplomacia Económica Local” que leva à criação de 500 postos de trabalho em Mangualde, com um investimento de 42 milhões de euros – surpreendente, mas a maior surpresa vem do presidente da Câmara da Guarda, que respondeu a este investimento dizendo que «a Câmara da Guarda tem vindo, há muito tempo esta diplomacia de proximidade com o investidor» – a pergunta que se faz é: quais são os frutos que esta diplomacia tem dado na Guarda? A magistratura de influências que seria a proximidade com o Primeiro-Ministro teve como resultado… zero!

A PLIE continua deserta, no entanto, na última Assembleia Municipal (AM) foi afirmado, através de uma contagem rigorosa, que mais ou menos 10 lotes estariam para ser ocupados, não tendo sido, no entanto, referido nem áreas de negócio, os nomes dos investidores e número de postos de trabalho a criar. Creio que o segredo é a alma do negócio… Daí a não divulgação, o mesmo serve para a tão adiada gestão profissional da PLIE que teima em não existir.

O mercado ao ar livre tem já contemplada verba no Orçamento aprovado por maioria na última AM, significa que vamos finalmente ter obra. O curioso seria analisar os anteriores orçamentos da Câmara e apurar onde foi escoada a verba, dado que continuamos sem obra…mas será certamente 2011 o ano de início da concretização, da reconversão urbanística de uma zona da cidade completamente votada ao abandono.

E o PDM? É caso para questionar, em jeito de trocadilho… Porque Demora Muito? O CDS tem sistematicamente questionado o executivo sobre este trabalho de génese para o desenvolvimento estratégico do concelho e nada… Não há respostas. A meio do ano, o sr. presidente comunicou como novidade que no final de 2010 estaria pronto para apreciação, discussão e respectiva aprovação, mas chegada esta altura nada! Mais um projecto adiado para mais tarde.

A23 e A25 portagens? Em que ficamos? Na AM realizada no Marmeleiro, o sr. presidente respondeu ao CDS que jamais iria permitir que ambas fossem portajadas, dado que para tal ele teria que autorizar a utilização das estradas municipais como alternativas… O tempo irá reforçar a preocupação atempada do CDS.

E a obra? Na verdade, ela anda na rua, lenta e quase parada, Bairro da Luz e Bairro São Domingos, agora são já o mote de um início de campanha de reabilitação urbana, pouco eficaz…o tempo o dirá.

Posso concluir que, actualmente, o presidente da Câmara da Guarda sofre de uma teoria “Labelling aproach”, em que a sociedade o estigmatizou já com um rótulo – “Labell”, que o identifica como agente passivo, pouco agressivo na reivindicação do que é nosso, no fazer, no exigir e, especialmente, no cumprir com o prometido… Tudo “Em nome da Guarda”.

Enfim, sinto cada vez mais que tudo se faz de uma forma avulsa, sem estratégia, sem visão globalmente planeada de uma cidade Capital de Distrito – a Guarda

Mesmo com todos estes e outros problemas, a última AM debateu durante 20 minutos uma moção de repúdio, a qual abre precedentes por se reportar à esfera pessoal, onde todos aqueles que, por uma ou outra razão, se sintam injuriados, mal tratados, possam junto deste órgão solicitar que o mesmo se prenuncie. De facto, estamos na era da Internet, em que as redes sociais assumem um estado democrático, onde há regras para se cumprir, onde ocupam um poder soberbo que amedronta os políticos devido à rapidez como a informação se prolifera. Temos à escala mundial a nação Facebook e à escala local o blogue “Café Mondego”. O CDS votou contra, o pessoal não deve ser tratado por este órgão, cuja competência maior é acompanhar e fiscalizar a actividade da Câmara Municipal.

Desejo a todos nesta época que os sinos do Natal sejam mensageiros de boas festas e que as realizações alcançadas no decorrer deste ano sejam sementes, cujos frutos serão colhidos com mais sucesso no ano vindouro… No Futuro, o F que faz falta à Guarda.

Por: Cláudia Teixeira *

* deputada do CDS-PP na Assembleia Municipal da Guarda

Sobre o autor

Leave a Reply