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Vale do Côa quer atrair mais visitantes

Nono aniversário do parque marcado pela apresentação do Atelier de Arqueologia Instrumental e o anúncio de um novo percurso no PAVC para Outubro

O Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC) abriu formalmente ao público em Agosto de 1996, mas o santuário rupestre do Côa já tinha sido classificado em 1992, pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), como Património Mundial. Actualmente, o objectivo é diversificar as propostas para atrair mais visitantes através de visitas nocturnas e de barco ou do Atelier de Arqueologia Instrumental, inaugurado no passado dia 10, por ocasião do nono aniversário do parque. «Teve muito bom acolhimento», salienta Alexandra Cerveira Lima, directora do PAVC.

O mesmo está a acontecer com os passeios de barco, iniciados em Julho, que têm atraído «muitos visitantes». Contudo, esta possibilidade de ver núcleos de gravuras até agora inacessíveis foi cancelada devido ao baixo caudal do rio Côa e só será retomada quando o nível das águas o permitir. Um contratempo que não aflige os responsáveis do PAVC, que esperam receber, como todos os Verões, um número elevado de visitantes. Uma afluência que quase compensa a pouca procura durante o Inverno. Ciente deste contraste, Alexandra Cerveira Lima pretende alargar o período de visitas e oferecer cada vez mais alternativas a quem procura o Vale do Côa: «Pretendemos atrair mais visitantes e pessoas que já conheçam o parque graças aos passeios de barco, às visitas nocturnas e a sítios escavados onde viveu o Homem pré-histórico», adianta. Para além disso, está a avançar o projecto do Museu do Côa, uma obra que vai permitir ultrapassar o limite diário de visitantes que o parque pode suportar (pouco mais de 130). «Quando estiver pronto vai ser possível receber muito mais pessoas ao longo de todo o ano, que neste momento não se encaixam no esquema de visitas guiadas até aos vários núcleos que têm visita pública», garante a directora do PAVC.

O Museu do Côa será mais uma alternativa, que deverá estar pronta em finais de 2007, pois vai permitir visitar arte rupestre que os visitantes ainda não conhecem porque «é muito inacessível ou está submersa», explica Alexandra Cerveira Lima. Mas o PAVC não vai esperar até lá para oferecer mais atractivos e pretende abrir, em Outubro, um novo percurso entre os sítios escavados e de ocupação humana na Pré-História na zona do parque. Para a mesma altura, a directora aponta a abertura das inscrições para o Atelier de Arte Instrumental.Um balanço feito no ano passado indica uma tendência decrescente no número de visitantes, principalmente «dos primeiros anos para os últimos», compara Alexandra Cerveira Lima, que frisa que nos últimos anos se tem sentido «algum aumento, particularmente de estrangeiros». Já o público português opta por visitas sazonais, o que se reflecte «numa lotação próxima da esgotada durante o Verão». De resto, garante que o PAVC é um projecto «ainda por concluir», lembrando que o seu objectivo é contribuir para a valorização do património ambiental do Vale do Côa e a melhoria da qualidade de vida e bem-estar das populações que ali vivem.

Para a directora, esta finalidade «nunca estará alcançada, mas é preciso trabalhar diariamente». Entretanto, o PAVC atingiu outros objectivos, como a gestão do parque e a sua divulgação. Só que nesta área será «muito importante avançar com material novo de divulgação», considera. Já «amplamente ganha» é a aposta na salvaguarda da arte rupestre do Vale do Côa, uma vez que há cada vez mais novos núcleos de gravuras.Actualmente, o parque está a preparar uma exposição em Cidadelhe, conjuntamente com a Câmara de Pinhel, que funcione como centro de interpretação na zona Sul. Alexandra Cerveira Lima explica que a intenção destes núcleos é «valorizar e promover espaços de interpretação nas várias freguesias», no entanto a abertura ao público de dois novos serviços está condicionada às negociações com os seus proprietários.

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