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Vale do Côa pode entrar na lista do Património Mundial em perigo

Vila Nova Foz Côa

O Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC) pode ser incluído na lista do Património Mundial em perigo devido à sua situação «atual».

O alerta é de João Zilhão, que liderou a criação do único parque arqueológico português, em 1996, que depois o tutelou através do então Instituto Português de Arqueologia. Em 1998, o arqueólogo coordenou a candidatura a Património Mundial. O investigador falou no passado dia 14 na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto e referiu que «a situação atual é suficiente para que um cidadão, um grupo de cidadãos ou um organismo da sociedade civil requeiram a integração do Parque Arqueológico do Côa na lista do Património Mundial em perigo», uma decisão que, na sua opinião, seria «altamente desprestigiante para o Estado português, até tendo em conta o modo como a UNESCO apoiou o projeto».

Confrontado com esta questão, o Ministério da Cultura disse ao jornal “Público” que não reconhecia «qualquer situação de risco», mas que estava «permanentemente disponível para dialogar com a UNESCO». Depois da recente vandalização da rocha onde figura o “Homem de Piscos”, nas margens da Ribeira de Piscos, a tutela tem falado na possibilidade de instalação de um sistema de videovigilância. No entanto, esta medida não deve avançar para já. O assunto foi abordado na comissão parlamentar e essa opção foi considerada «cara, difícil de montar num lugar onde os pontos de energia podem estar a quilómetros de distância». Além disso, o sistema poderia perturbar a própria paisagem do parque, já que, dada a escassez de árvores na zona, seria presumivelmente necessário erguer postes.

João Zilhão mostrou-se contra esta opção justificando que poderiam faltar técnicos para garantir a manutenção regular do sistema e, «sobretudo, porque só serviria para apanhar os culpados, quando o objectivo da guardaria é impedir que haja culpados».

Entretanto, o Ministério da Cultura anunciou que o novo Conselho Diretivo da Fundação para a Salvaguarda e Valorização do Vale do Côa toma posse segunda-feira e será presidido por Bruno Navarro e Maria Manuel de Oliveira ocupará o cargo de vice-presidente.

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