Vai ser possível visitar os núcleos de arte rupestre do Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC) em jipe próprio. O novo modelo foi apresentado no último sábado e vigorará entre Outubro e Abril, que correspondem à época baixa das visitas.
«A ideia é que as pessoas possam trazer a sua própria viatura todo-o-terreno e visitar as gravuras durante um dia inteiro. O percurso inicia-se no núcleo do Fariseu, de difícil acesso, pelo que esta é a modalidade ideal por lá chegar», refere Alexandra Cerveira Lima, directora do PAVC. Inicialmente, este projecto vai decorrer de forma experimental com um máximo de cinco jipes por percurso, numa caravana que será sempre liderada por uma viatura do parque onde seguirá um guia. Esta modalidade foi pensada para um mínimo de 10 participantes e um máximo de 25. Além das gravuras, os visitantes poderão ainda participar numa oficina de arqueologia experimental onde ficarão a saber como lascar materiais para o fabrico de utensílios para a caça, como o sílex.
Mediante marcação prévia com uma semana de antecedência, também será possível incluir uma prova de vinhos numa adega ou quinta do Douro, bem como participar numa tradicional lagarada no final do Outono. Tudo para que os visitantes vivam um dia inesquecível neste recanto classificado como Património da Humanidade. A directora do PAVC admite aumentar as visitas neste modelo se a proposta resultar e a procura for elevada. É no Vale do Côa que se encontra o maior conjunto conhecido de arte rupestre do Paleolítico ao ar livre. Foi descoberto em 1991, quando foi encontrada a primeira rocha. Actualmente, são conhecidos mais de 20 conjuntos de rochas gravadas, distribuídas ao longo de uma extensão de 17 quilómetros. Na sua maioria, trata-se de painéis decorados da época paleolítica, embora também estejam representados outros períodos pré-históricos, do Neolítico à Idade do Ferro.
