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Vai tudo ao fundo… e de TGV

A brutalidade das medidas anunciadas pelo pior ministro das Finanças do pior governo de toda a Europa são a mais explícita confissão da incompetência e da irresponsabilidade desta gente que nos “governa”.

(…) Foram cinco anos em que a mentira se sobrepôs à governação. Os “sucessos governativos”, quase diários, gritados a plenos pulmões pelo inventor do “gelo quente”, estavam a fazer deste sítio um país moderno que devia servir de exemplo para todo o mundo. A contestação era mínima, até porque, à custa do dinheiro de todos nós, foi criada uma “entourage” (que ainda continua) que tinha por objectivo a ridicularização daqueles que contestavam os referidos “sucessos”.

Na Antena 1, por exemplo, uma jornalista, que eu apelidaria antes de alquimista, via, num spot publicitário difundido na referida rádio e também na televisão, como inimigos do regime todos os que, através da greve, procuravam contestar as medidas arbitrárias e déspotas do seu “menino de oiro”. (…) O controlo foi amplamente estendido à comunicação social privada. Neste campo entra em cena o “Império Oliveira”. Um tal João Marcelino, homem do jornalismo desportivo, chega a director do “Diário de Notícias”, um outro, Emídio Rangel, entra no “Correio da Manhã”. (…) isto para não falar no torpedeamento total ao “Jornal Nacional” da sexta-feira da TVI, que incluiu várias figuras, entre elas, o Bastonário dos Advogados.

(…) Toda a “entourage” anteriormente referida se atirou raivosamente aos professores, classe esclarecida, quando estes, através de manifestações gigantescas, contestaram na rua, as políticas ruinosas para o país. O “homem do berbequim”, no “CM”, para mostrar serviço, apelidava os professores de “hooligans” .

A propaganda e a mentira governativa iam valendo cá dentro, até que entram em cena as agências internacionais de “rating” que puseram a nu a nossa real situação económica e financeira. (…)

O autêntico “roulement” de empréstimos contraídos por Sócrates elevaram nestes poucos anos a nossa dívida externa de 60 para 80% do valor do PIB, o que mostra o caminho ruinoso e sem retorno que viemos percorrendo. António Mendonça, que chegou a ministro apenas porque afirmou, num programa televisivo, ser a favor das grandes obras, continua, apesar de estarmos em situação eminente de bancarrota, a tentar levar-nos a embarcar num TGV que só servirá para, mais rapidamente, nos levar ao fundo.

Face a tudo isto, torna-se imperativo que esta gente preste contas, na barra do tribunal, por (…) nos levarem a esta situação miserável a que chegámos e da qual não conseguiremos sair nos próximos 20 anos (…). A condenação desta gente levará a que, no futuro, tenhamos gente a governar-nos de forma séria e honesta. Aqui fica o meu apelo.

Manuel dos Santos, Guarda

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