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Usar o sistema

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Ele há os que usufruem do sistema, que pegam nele e lhe retiram proventos, lhe conseguem encontrar tetas de mamar sumos ricos. Ele há os que usam o sistema e por essa razão recorrem aos subsídios, às mil umas maneiras de ter apoios e de conseguir benesses. Ele há também quem domine a máquina, perceba a sua funcionalidade e trabalhe em seu benefício. Os trabalhadores sindicalizados usam o sistema e usufruem de benesses que as leis permitem. Os trabalhadores constantemente doentes ambicionam uma reforma mais rápida. Os usufrutuários de cargos políticos “chupitam” de direcções e de lugares criados para os próprios.

Os amigos criam-se aos cardumes em torno do poder. As malucas gravitam às paletes em torno da fama. O dinheiro é como o mel social e atrai manadas de antílopes e outros ruminantes. Cavalgam de cabeça baixa, não trazem desacordo ou dúvida. Vão seguindo o macho que os arrasta. O sistema social e os sistemas institucionais são plenos desta idiossincrasia menor, desta humanidade podre e pobre que me enjoa. Os doentes profissionais são sempre os que vieram “na última”. São incapazes de colaborar ou de realizar qualquer tarefa. Morreriam de um corte num dedo se tivessem nascido noutro tempo. Hoje querem consultas de tudo e com toda a gente. Os chupistas trabalham pouco e mal, decidindo sempre na esperança de um lugar mais remunerado. Fazer onda é coisa que retira direcções ou novos patrimónios. Assim se compreende a ineficácia de tantas instituições e de tantas direcções. Quem usufrui, utiliza e serve os sistemas não tem qualquer semelhança. Há os que sentem noção de serviço e os que nasceram para retirar benefícios. Isto faz toda a diferença e começa nas relações de amizade. Há os que só recebem sem nunca dão. E há os que só utilizam sem nunca participar.

Por: Diogo Cabrita

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