Arquivo

Urgências hospitalares aumentaram na Guarda

Adelaide Campos aponta o fecho dos SAP como uma das causas para o crescimento da procura em 10 por cento

O recurso ao serviço de Urgências do Hospital Sousa Martins (HSM) aumentou 10 por cento, contrariamente ao que se verificou a nível nacional. Enquanto que no país o número de urgências hospitalares baixou 1,2 por cento, na Guarda essa tendência foi contrariada com a frequente procura desta valência.

Segundo Adelaide Campos, directora do serviço de Urgência do HSM, houve, este ano, um «aumento de cerca de cinco mil doentes» em relação a 2006, o que representa um crescimento de 10 por cento. Enquanto que em 2006 foram atendidos nas Urgências mais de 54 mil doentes, este ano, em período homólogo, esse número subiu para perto de 60 mil utentes. A médica considera que esse aumento se deveu «principalmente» ao facto de muitos doentes, que estavam integrados nos Serviços de Atendimento Permanente (SAP), terem passado para as Urgências do hospital distrital. No entanto, refere que o envelhecimento da população também contribui para uma «maior procura» deste serviço. Outro dos factores apontados é a falta de médicos de família no Sousa Martins. «Os doentes que não têm médico de família, e são muitos, muitas vezes não podem estar à espera de uma consulta nos hospitais, recorrendo, inevitavelmente, à urgência hospitalar», refere.

Quanto ao sistema de Triagem de Manchester, a responsável faz um balanço positivo: «Para nós, este sistema é excelente, tal como para os utentes, porque é uma garantia da manutenção da prioridade dos casos», sublinha. Segundo dados do HSM, até ao final do mês de Novembro, tinham sido atendidos 19.543 casos de urgência geral, 5.473 de urgência pediátrica e 1.665 de urgência obstétrica. Relativamente à Linha de Saúde 24, a directora acredita que, «no futuro, levará a uma diminuição do recurso às urgências», nomeadamente se os doentes se sentirem confiantes pela informação que lhes é dada. Adelaide Campos considera ainda que este serviço, lançado recentemente, irá ainda permitir um atendimento «mais rápido aos doentes e um encaminhamento correcto para as unidades de saúde». A nível nacional o número de urgências hospitalares baixou 1,2 por cento nos primeiros nove meses deste ano, enquanto as consultas cresceram quatro por cento.

O recurso ao recente serviço telefónico Saúde 24 é um dos possíveis factores apontados para esta redução, isto porque, de acordo com estimativas realizadas, há cerca de dois anos, pela Direcção-Geral de Saúde, este serviço poderá evitar que, por mês, mais de 13 mil utentes recorram às urgências hospitalares. No entanto, desde que a linha entrou em funcionamento, ainda não foi calculada a sua influência real. Entretanto, o ministro da Saúde, Correia de Campos, anunciou que, até ao passado mês de Setembro, cresceu o número de consultas, de internamentos hospitalares e de cirurgias.

Tânia Santos

Sobre o autor

Leave a Reply