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Urgências com triagem de prioridades a partir de dia 22

Gravidade da situação clínica dos utentes vai hierarquizar o seu atendimento no Sousa Martins

A triagem de prioridades vai entrar em vigor nas Urgências do Hospital Sousa Martins a partir de dia 22. Com o Sistema de Manchester estabelece-se, após avaliação prévia, uma hierarquia no atendimento aos doentes, aos quais serão atribuídas cinco cores consoante a gravidade da situação clínica que apresentam.

«Os emergentes (vermelho), muito urgentes (laranja) e urgentes (amarelo) serão sempre vistos primeiro. Os restantes terão que aguardar calmamente», garante a directora do serviço. Adelaide Campos refere-se às cores verde (pouco urgente) e azul (não urgente), esperando que este método seja «uma forma de dissuadir as falsas urgências». Isto é, o doente deixa de ser é atendido pela hora de chegada. «Com este sistema, há a garantia de que, num dia de grande afluência, não nos vai morrer na sala de espera um doente em estado grave», refere a cirurgiã. De resto, os responsáveis estimam que as cores vermelha e laranja correspondam a um tempo desejável de atendimento espera até 10 minutos, enquanto o amarelo significará aguardar até uma hora. Já os restantes vão ter pela frente entre duas a quatro horas de espera. Mas sempre depois de terem sido avaliados por um profissional de saúde, a quem caberá definir a prioridade. Nesse sentido, a equipa de enfermagem das Urgências, actualmente com 32 profissionais, vai ser reforçada com mais seis elementos, já contratados. Também o espaço físico do serviço está a mudar gradualmente, contando já com duas novas salas. De acordo com a estatística do Sousa Martins, as Urgências têm recebido/tratado 160 doentes por dia, cerca de 60 por cento dos quais são emergentes ou urgentes, acrescenta Adelaide Campos, admitindo que poderá haver alguma resistência dos utilizadores.

«A Triagem de Manchester significa uma alteração profunda do serviço», considera Luís Ferreira, director clínico do hospital, para quem o custo de funcionamento deste método não é significativo se comparado com o «grande benefício assistencial» que a sua implementação vai trazer. E para uma melhor divulgação das novas regras de atendimento nas Urgências, já foram distribuídos folhetos informativos nos centros de saúde, farmácias, Juntas de Freguesia e postos médicos. «As Urgências são a sala de visitas do hospital. O seu bom ou mau desempenho repercute-se na imagem que as pessoas têm da instituição», recorda o médico. Na mesma data, o mesmo serviço vai passar a funcionar sem papéis graças a introdução do sistema “Alert”. Com um simples tocar de dedo, os médicos e funcionários do Sousa Martins podem acompanhar no computador a passagem do doente por todo o serviço, desde a admissão à alta, passando pelo pedido de exames complementares de diagnóstico. O objectivo deste programa, já implantado em várias unidades hospitalares do país, é o de simplificar procedimentos, minimizar o tempo de atendimento e melhorar a qualidade dos serviços. A informatização das Urgências custou cerca de 860 mil euros, um valor comparticipado em 65 por cento pelo programa Saúde XXI.

Luis Martins

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