A freguesia do Ferro, na Covilhã, vai acolher um dos maiores cerejais do país, num investimento de 1,3 milhões de euros da Unitom. Ao todo, os promotores vão plantar 40 mil árvores num terreno com 50 hectares na Quinta das Rasas.
O projeto da empresa de venda de produtos agrícolas assenta num sistema de produção intensiva com vista a gerar cerca de 500 toneladas de cerejas a partir de 2015, o equivalente a dez por cento de toda a produção da Cova da Beira. Além do enorme cerejal, o empreendimento inclui instalações para tratamento, armazenamento em frio e embalamento do fruto com vista à sua rápida colocação no mercado nacional e estrangeiro. O investimento é comparticipado pelo PRODER – Programa de Desenvolvimento Regional em 500 mil. Os trabalhos de terraplanagem arrancaram recentemente na Quinta das Rasas, onde as cerejeiras serão plantadas «a cada 2,5 metros em corredores que podem ter mais de um quilómetro de extensão», adiantou Paulo Ribeiro. Com esta opção o responsável pela empresa esperar diminuir os custos da colheita, o principal custo de produção, ao facilitar a apanha, estimando que «cada trabalhador conseguirá apanhar mais cereja que nos pomares tradicionais».
Nesse sentido, o promotor calcula que o sistema de plantação adotado poderá permitir produzir «dez toneladas por cada hectare, ou seja mais sete ou oito que num cerejal tradicional». Paulo Ribeiro sublinha que os ganhos projetados decorrem da escala do empreendimento, uma vez a produção atual ocorre em parcelas «relativamente pequenas, o que não permite aos produtores terem preços competitivos e quantidade suficiente para as encomendas». Duas premissas que terão estado na origem deste projeto da Unitom, uma multinacional sedeada no Fundão que se dedica à venda de tomate e de outros produtos agrícolas e que faturou 32 milhões de euros em 2011. Segundo o responsável, a empresa pondera aumentar a sua área de produção de cerejas com a aquisição de mais 50 hectares a sul da Cova da Beira «para duplicar este investimento em dois ou três anos».