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Unidade residencial da Cercig continua adiada

30º aniversário da cooperativa marcado pela inauguração do Centro de Hipoterapia

A Cercig – Cooperativa de Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados da Guarda comemorou, na semana passada, 30 anos de existência com a inauguração do seu Centro de Hipoterapia e Equitação Especial. Situado junto ao parque industrial, adstrito ao Centro de Formação Profissional da instituição, este equipamento vai contribuir para a reabilitação de crianças e jovens com deficiência através da prática de equitação.

No entanto, o centro vai abrir as portas a todos os interessados pela prática do hipismo, sendo «uma forma de garantir a sua viabilidade financeira», adianta Virgílio Bento, presidente da Cercig, acrescentando que é «mais um serviço gratuito para os 120 utentes da cooperativa. O equipamento, que custou cerca de um milhão de euros, foi co-financiado pela ProRaia – Associação de Desenvolvimento Integrado da Raia Centro Norte, que suportou mais de metade desse montante, sendo a segunda investidora no projecto. Na cerimónia, a secretária de Estado Adjunta da Reabilitação referiu que «o trabalho da Cercig e das suas congéneres no tratamento da deficiência são motivo de orgulho e de reconhecimento». Idália Moniz sublinhou ainda que «as pessoas com deficiência também têm capacidades», pelo que incentivou os responsáveis e a comunidade a «trabalhar para que a sua integração seja real e mais eficaz».

A governante até sugeriu a criação de mecanismos que penalizem a discriminação das pessoas portadores de deficiência através de sanções pecuniárias e acessórias. Contudo, a secretária de Estado foi menos solícita quando confrontada com o projecto da unidade residencial, há muito candidatada pela Cercig e sucessivamente chumbada. «Há concelhos que estão completamente a zero», respondeu, sugerindo ao presidente da direcção da instituição uma candidatura ao Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN). Mas Virgílio Bento insistiu que a obra é «prioritária e urgente»: «Quem cuidará destas pessoas quando os seus familiares morrerem», lembrou. O dirigente homenageou depois todos os que contribuíram para a realização da cooperativa e evocou a «ocupação selvagem», em 1977, de uma antiga residência de médicos do sanatório Sousa Martins, por pais e crianças deficientes, onde nasceu a Cercig. No final da cerimónia foram entregues medalhas a Guida, Isabel e Paulo Freitas, utentes que há 30 anos frequentam a instituição.

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