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Unidade Local de Saúde em Castelo Branco gera polémica na Covilhã

PS e PSD unidos na luta contra a criação do novo modelo na capital de distrito

O anúncio de que o Hospital Amato Lusitano acolherá a Unidade Local de Saúde (ULS) de Castelo Branco – estrutura que substituirá as sub-regiões de saúde – está a provocar mossa em todo o concelho da Covilhã. O assunto chegou mesmo a dominar a sessão pública da Câmara da Covilhã, na semana passada, depois de inúmeras personalidades – desde o PS ao PSD, reitor da UBI e médicos do CHCB – terem reagido durante a semana passada contra a criação de uma única ULS, localizada no concelho de Castelo Branco, para gerir o hospital Amato Lusitano, o Centro Hospitalar da Cova da Beira (hospitais da Covilhã e Fundão) e os onze centros de saúde do distrito.

«Não estamos contra a reestruturação do sector da saúde, mas contra esta opção de centralidade de capital de distrito que não tem em conta as especificidades da Covilhã», explicou Alçada Rosa. Na sua perspectiva, a cidade é o local «útil» para acolher este modelo por ser o concelho com mais população e, sobretudo, pela existência da Faculdade de Medicina e de um hospital recente «capaz de responder a qualquer emergência», sustentou. Já Joaquim Matias, presidente da concelhia PSD, defendeu na semana passada a criação de duas ULS: uma para o Sul do distrito e outra para a zona Norte, discordando da instalação de um só modelo em Castelo Branco que poderia «retirar a autonomia do CHCB» prejudicando assim a Faculdade. Opinião defendida também pelo vereador socialista na Câmara da Covilhã, Miguel Nascimento, para quem era necessário existir uma ULS no Amato Lusitano para gerir toda a zona do Pinhal e outra no CHCB para a zona Norte. «Não se trata de bairrismo e não é nada contra Castelo Branco. Estamos apenas a defender os interesses da Covilhã, o CHCB e a Faculdade de Ciências da Saúde», justificou.

Na sua opinião, as ULS são o modelo mais adequado «para rentabilizar meios e tornar o sistema de saúde mais operacional». Jorge Patrão foi outro dos contestatários desta solução, tendo contactado de imediato o gabinete do primeiro-ministro. «Foi-nos transmitido para estarmos descansados, pois o Governo teria em conta as sensibilidades da Covilhã e o acordo celebrado entre a UBI e o CHCB por causa da Faculdade de Medicina», disse a “O Interior”. Para o presidente da mesa da assembleia-geral do PS, não faz qualquer sentido a Covilhã estar «sob a tutela de pessoas que não conhecem «a realidade» do Norte do distrito. «Essa decisão apenas iria cortar as autonomias dos hospitais e centros de saúde desta zona», salientou, criticando a forma como as coisas foram tratadas «na sombra» pela Governadora Civil, pois «não dialogou com o CHCB, com o reitor nem com qualquer outra entidade».

Liliana Correia

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