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União Desportiva de Seia sem jogadores e sem treinador

Clube deve acabar mesmo com o futebol sénior e apostar apenas nas camadas jovens

A desistência da União Desportiva de Seia da IIIª Divisão Nacional parece ser cada vez mais uma certeza. Até ao final da época passada, data-limite estabelecida pelo técnico João Paulo Bento para a resolução do vazio directivo na colectividade, não surgiu ninguém interessado em assumir os destinos da colectividade, pelo que os atletas já estão a “tratar da sua vida”, havendo uma grande parte deles que já arranjou colocação noutros clubes.

Já os jogadores da zona de Seia deverão ingressar no S. Romão e no Gouveia que irão participar na Iª Divisão Distrital da Guarda. Curiosamente no último domingo, um jogo treino realizado entre o Gouveia e o Fornos contou com quatro atletas que estava previsto fazerem parte do plantel do Seia. Assim, pela equipa da “cidade-jardim” alinharam Ricardo, Gonçalo e Magalhães, enquanto que o “gigante” Quim Teixeira jogou pelo Fornos de Algodres, que representou a época passada. João Paulo Bento diz-se «extremamente decepcionado» com toda esta situação que lhe provoca «muita mágoa e tristeza», sendo que o projecto inicial que lhe foi apresentado «tinha grande viabilidade». O jovem técnico, oriundo da zona de Viseu, explica que «durante a semana passada ninguém» o contactou, daí que na última sexta-feira tenha entrado em contacto com um funcionário do clube que lhe disse que «tinham sido realizadas algumas reuniões na Câmara mas que tinham sido infrutíferas e que o futebol sénior ia acabar, havendo a possibilidade do clube continuar mas só com camadas jovens», revelou. Neste sentido, «quer eu, quer os atletas, ficámos sem clube». E se no que toca aos jogadores, o treinador tem «tentado» dentro das suas possibilidades arranjar colocação para os mesmos, no seu caso pessoal é mais complicado, pois nesta altura da época todos os clubes já têm o seu treinador. Deste modo, «coloca-me no desemprego durante algum tempo», lamenta, recordando que o convite do Seia o fez «rejeitar» outros de vários clubes que teve. Quanto aos atletas, daquilo que tem conhecimento, «a maior parte já arranjou colocação noutros clubes». Sobre aquela que foi a sua primeira experiência num clube do distrito da Guarda, o técnico diz viver um «sentimento ambíguo», já que, por um lado, guarda «a recordação de ter trabalhado num grande clube com umas condições fantásticas», mas, por outro, viveu «uma das maiores desilusões da minha vida, já que me senti desrespeitado», garante. «As pessoas com quem fizemos acordos verbais nem se preocuparam minimamente em nos compensarem, nem que ficaríamos sem clube e numa situação muito complicada», criticou, preferindo, no entanto, não revelar os nomes dos directores em questão. Mesmo assim, garante que está «perfeitamente disponível para voltar a trabalhar» num clube da Associação de Futebol da Guarda.

Ricardo Cordeiro

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