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Unacobi lança central de compras em Janeiro

Os vinhos da região continuam a viajar, desta feita para a China e o Japão

A Unacobi (União das Adegas Cooperativas da Beira Interior) vai avançar com a criação de uma central de compras conjunta para as cinco instituições que a compõem a partir de Janeiro de 2006. Esta foi uma das principais acções discutidas há duas semanas, em Lisboa, numa reunião com o secretário de Estado Adjunto da Agricultura e das Pescas. Para já, ficou a promessa de uma visita «muito em breve» do governante e de uma equipa de trabalho às cooperativas da Beira Interior.

O presidente da Unacobi, António Bidarra de Andrade, apresentou ainda a Luís Vieira a avaliação do projecto “Promoção de Vinhos Portugueses em Países Terceiros”. É que depois da Unacobi ter chegado aos EUA e Canadá, já há outras acções preparadas para a Ásia, nomeadamente na China e no Japão ainda durante este mês, que serão promovidas pela Fenadegas e contam com o apoio da União Europeia. Entretanto foram também analisados os pormenores para a criação da central de compras, que se espera estar «em pleno funcionamento» a partir de Janeiro. A iniciativa vai possibilitar a concentração do volume de encomendas de bens e serviços necessários às cinco adegas, bem como a operacionalização de um processo sistemático de identificação, selecção e avaliação de fornecedores. Deste modo, as cooperativas de Pinhel, Figueira de Castelo Rodrigo, Covilhã, Beira Serra (Vila Franca das Naves) e Fundão poderão beneficiar de algumas vantagens na sua gestão. Nomeadamente no acesso a um maior número de fornecedores e gama de bens e serviços, bem como na redução dos custos de aquisição de bens e serviços comuns às adegas, dos gastos inerentes ao processo de encomenda e do tempo de ciclo da compra, através de um planeamento efectivo das encomendas.

Trata-se de «uma nova maneira de vender na Beira Interior», adianta o presidente da Unacobi. Até porque este método não é uma novidade noutros locais do país ou no estrangeiro: «Aqui é que vai ser uma revolução, porque nunca se fez nada do género», garante António Bidarra de Andrade. Contudo, a crise que assola o país também se faz sentir no sector vitivinícola da região, realça o responsável, acrescentando que as adegas têm estruturas e equipamentos «antigos, para além de uma gestão amadora». Todos estes condicionalismos contribuem para que a crise se agudize e «para se sair dela há que discutir soluções e adoptar uma gestão profissional, senão é insustentável», sublinha. «É preciso mudar as mentalidades dos cooperantes», avisa, insistindo que, individualmente, não obtêm sucesso. «Mas as cooperativas da Beira Interior estão prontas para sair da crise», assegura o presidente da Unacobi.

Patrícia Correia

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