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«Uma única filosofia de gestão permitirá que todos remem no mesmo sentido»

Cara a Cara – Entrevista – José Augusto Alves

P – Como encara o facto de ter sido escolhido para presidir ao Conselho Geral do IPG?

R – Encaro este convite com uma grande alegria por me ser concedida a possibilidade de poder continuar a colaborar numa instituição que me é muito cara e, deste modo, poder dar o meu contributo ao desenvolvimento da minha região de nascimento. Por outro lado, o facto de ter sido escolhido para presidir a este tão importante órgão de gestão do IPG representa um enorme orgulho e responsabilidade, pelo que tudo farei para corresponder às expectativas e à confiança que em mim foi depositada.

P – Quais são as principais competências do Conselho Geral?

R – São, de forma sintética, aprovar as alterações dos Estatutos do IPG, o regulamento de eleição do seu presidente e proceder à sua eleição, apreciar os actos do presidente e do Conselho de Gestão, assim como propor as iniciativas que considere necessárias ao bom funcionamento da instituição. E, sob proposta do presidente do IPG, aprovar os planos estratégicos de médio prazo e o plano de acção para o quadriénio do seu mandato, as linhas gerais de orientação da instituição no plano científico, pedagógico, financeiro e patrimonial, bem como criar, transformar ou extinguir unidades orgânicas e aprovar os planos anuais de actividades e apreciar o relatório anual das actividades da instituição. Fazendo uma comparação com o funcionamento do Governo da nação, o presidente do IPG e o Conselho de Gestão estão para o Conselho Geral como o Governo está para a Assembleia da República.

P – Quais as principais diferenças de agora em relação ao tempo em que presidiu a instituição?

R – Com o novo Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior, a gestão destas instituições sofreu alterações muito importantes, que possibilitam um funcionamento mais eficaz. Penso que foi a experiência, nalguns aspectos negativa, de muitas instituições que levou a alterações significativas da Lei-54/90 que vão contribuir para uma maior coesão interna de cada um dos estabelecimentos de ensino superior. Por outro lado, a consagração, nos Estatutos do IPG, da possibilidade da constituição de equipas de gestão mais coesas e com uma única filosofia de gestão permitirá que todos remem no mesmo sentido, se produzam economias de escala e, assim, se possa melhorar a qualidade e eficácia da gestão. Também a intervenção mais directa da comunidade civil e a sua responsabilidade na gestão, através do Conselho Geral, tornará possível uma maior transparência de todos os actos de gestão e consequentemente uma maior colaboração entre todos os órgãos de gestão da instituição e a comunidade civil.

P – Há quem diga que com os novos estatutos o presidente do IPG tem um poder quase absoluto. Concorda?

R – Não, antes pelo contrário. As principais competências do presidente terão que ser sufragadas pelo Conselho Geral.

P – Nessas circunstâncias, qual será o seu papel enquanto presidente do Conselho Geral do IPG?

R – Como presidente, o meu papel será, fundamentalmente, o de motor de funcionamento do Conselho Geral e o de ligação com o presidente do Instituto, pois as competências do presidente definidas nos Estatutos são convocar e presidir às reuniões, declarar ou verificar as vagas no Conselho Geral e proceder às substituições devidas, bem como dar posse ao presidente do Instituto.

P – A entrada de pessoas da comunidade no Conselho Geral é positiva?

R – A comunidade passa a ter um papel activo na gestão do Instituto e não um mero papel consultivo. Assim, nós saibamos utilizar esta possibilidade, para o bem do Instituto e de toda a região.

P – Como vê o desenvolvimento do IPG nos últimos anos e o seu futuro?

R – A concretização do processo de Bolonha e as alterações daí decorrentes, tanto a nível do Instituto, como a nível nacional e internacional, são de extrema importância para o processo de aprendizagem, da mobilidade e da empregabilidade dos formados pelo Instituto. Anteriormente, o IPG só poderia oferecer licenciaturas e actualmente a sua oferta formativa abrange Cursos de Formação Tecnológica, Licenciaturas e Mestrados, para além da formação ao longo da vida e Pós-Graduações não conferentes de grau, o que aumenta a sua oferta formativa e abre as portas a outros públicos que anteriormente lhe estavam vedados. O futuro do IPG é, portanto, promissor, assim saibamos aproveitar todas estas oportunidades

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