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Uma obra inacabada

Mediateca da Guarda continua sem a Videoteca prevista na inauguração do espaço em 1999

A Mediateca da Guarda continua a ser uma obra por terminar. Quando foi inaugurada em 27 de Novembro de 1999, dia em que a cidade mais alta comemorou 800 anos de existência, a estrutura previa a instalação de uma Videoteca, para além do espaço Internet, bar e Fonoteca. Contudo, passados quatro anos, a Videoteca permanece no papel e não se vislumbra quando poderá vir a ser uma realidade efectiva, isto no caso daquela valência ainda vir a ser concluída. Localizada nos antigos Paços do Concelho, em plena Praça Velha, a obra representou um investimento de cerca de 1,2 milhões de euros (240 mil contos).

«O projecto de empreitada da Mediateca está claramente inacabado», assume Vítor Afonso, director da estrutura. «A Videoteca é um espaço que integra a Mediateca VIII Centenário, mas que, por motivos diversos, ainda não foi possível concluir», diz. De resto, para além da conclusão da Videoteca «enquanto espaço físico», é necessário também «proceder à instalação e montagem do equipamento tecnológico respectivo», adianta, considerando que «o não funcionamento» da Videoteca representa «uma lacuna» para a Mediateca que a dinamização do espaço da sala da Fonoteca «tem tentado, na medida do possível, colmatar, nomeadamente com a projecção de filmes e iniciativas de cariz audiovisual», originalmente destinadas ao espaço por construir. Victor Afonso sublinha que «de momento» não dispõe de informações que lhe permitam adiantar uma data possível para a entrada em funcionamento da Videoteca. Apesar das várias tentativas, não foi possível até ao fecho desta edição contactar a autarca Maria do Carmo Borges, de forma a aquilatar da possibilidade da Câmara da Guarda avançar com a conclusão desta obra inacabada.

Quanto ao futuro Cibercentro da Guarda, que ficará situado em frente à Mediateca, no antigo Solar dos Póvoas, Victor Afonso discorda da ideia de que os dois espaços possam vir a oferecer as mesmas valências. Antes pelo contrário, já que considera que a estrutura que dirige «tem uma especificidade própria que não colide com os objectivos de um cibercentro», sublinha. Neste sentido, «o único factor em comum» será o de ambas as estruturas «terem computadores ligados à Internet por banda larga disponíveis ao público», frisa, não sem destacar «uma pequena diferença», pois o acesso à “net” no Cibercentro será pago, enquanto que na Mediateca é gratuito. De resto, o Cibercentro estará «mais vocacionado» para a área da produção multimédia e audiovisual, a realização de trabalhos profissionais nessas áreas e para a formação técnica no campo das novas tecnologias da comunicação, «serviços que a Mediateca não disponibiliza ao público», nota. Assim sendo, o Cibercentro será uma «mais-valia» para a Guarda, tendo em conta que a cidade não possui nenhum centro de produção e realização multimédia e audiovisual, à excepção do que existe no Instituto Politécnico.

Outro aspecto relevante «a destacar», na sua opinião, é que a Mediateca tem uma vertente mais diversificada «ao nível da dinamização pedagógica e cultural», que não se limita à Internet, como a música, conferências, “workshops”, projecção de filmes e ciclos de cinema, acções pedagógicas com escolas e pequenos concertos, por exemplo. «Mais que uma alegada sobreposição de serviços, haverá uma complementaridade de funções e uma colaboração profícua entre a Mediateca VIII Centenário e o Cibercentro», espera o coordenador.

Ricardo Cordeiro

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