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Uma doença genética

Mitocôndrias e Quasares

Esta semana comemorou-se mais um Dia Mundial da Luta Contra o Cancro, altura oportuna para refletir sobre alguns conceitos científicos desta doença.

Cada tipo de célula está geneticamente programada para se dividir segundo um determinado ritmo. Se esta programação falhar, a célula afetada pode ser o início de um cancro, produzindo descendentes que também se dividem fora dos controlos normais. Essas células e os tumores que elas formam podem disseminar-se, ou criar metástase. O risco de aparecimento de cancro aumenta à medida que envelhecemos, em parte porque os controlos naturais sobre a divisão celular podem começar a falhar. Em geral, uma série de genes precisa de sofrer uma mutação. As mutações mais perigosas são as dos genes alterados que dissimulam o desenvolvimento dos tumores cancerígenos ou os que regulam a reparação do ADN danificado. Estas mutações estão a ser profundamente estudadas pelos cientistas, tendo estes, apontado já algumas possíveis causas para estes efeitos.

Nesta linha de pensamento, alguns cientistas atribuem pelo menos 50 por cento dos cancros humanos a fatores carcinogénicos existentes no meio ambiente. Alguns deles incluem as toxinas do fumo do tabaco, que podem desencadear mutações no ADN dos fumadores ou das pessoas que inalam o fumo passivamente. Certos herbicidas e pesticidas agrícolas, o amianto, o cloreto de polivinilo (PVC) e os químicos industriais, como o benzeno, podem causar mutações genéticas. Em cerca de cinco por cento dos cancros, uma infeção viral é a causadora. A radiação também pode alterar a estrutura do ADN quer provenha da luz solar, do radónio, de rádios, raios X ou exames médicos.

A exposição excessiva pode subjugar as capacidades naturais que as células possuem para reparar estes danos. Por vezes uma célula enfraquecida simplesmente morre, mas noutros casos transforma-se na semente a partir da qual o cancro se desenvolve.

Terapia Genética

Assim que os cientistas descobriram como utilizar a biotecnologia para manipular genes, o potencial da terapia genética – tratar ou curar doenças genéticas através do funcionamento de cópias normais de um gene inexistente ou deficiente – tornou-se importante. O método mais direto é inserir química ou mecanicamente um gene corretivo nas células-alvo, tais como as células T do sistema imunitário. Outro caminho para colocar um gene dentro do corpo é recorrer a um agente de transferência, ou vetor, com as características de um vírus modificado. O gene é inserido no vírus e deixa-se que este “infete” as células e leve consigo o novo ADN.

Até à data, estas abordagens registaram apenas um sucesso modesto, espero que num futuro próximo os cientistas possam apresentar resultados mais consistentes.

Por: António Costa

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