Chama-se “A Casota”, é uma instituição sem fins lucrativos e renasceu recentemente. Fundada a 1 de Julho de 1987, a Associação de Protecção aos Animais da Guarda propõe-se cuidar e proteger os animais vítimas de abandono, maus-tratos ou negligência.
A ideia já tem 20 anos e nasceu «pelas mãos de uma geração mais velha que já compreendia a importância do respeito pelos direitos dos animais e reconhecia que estava tudo por fazer relativamente aos animais abandonados e vítimas de maus-tratos», explica Teresa Lourenço, que preside à associação. «Essas pessoas foram envelhecendo ou desaparecendo e “A Casota” acabou por cair num vazio», recorda. No entanto, na altura, perseguia um sonho: «A construção de um canil que pudesse dar abrigo a todos os animais errantes da cidade», acrescenta. No passado 12 de Março teve lugar a primeira reunião da nova associação, em que participaram 12 associados, cinco dos quais são fundadores, e cujo relacionamento começou pela Internet, através do “hi5” do Canil Municipal da Guarda. Este “renascer das cinzas” é justificado pelo facto de estar tudo por fazer em relação à defesa dos animais. «Há ainda muita gente que não compreende que os seus direitos estão legislados e que os maus-tratos e o abandono são punidos pela lei», recorda Teresa Lourenço.
Por isso, o grupo acredita que poderá ter «um papel decisivo na divulgação e apoio ao canil», através de acções como a promoção de campanhas de adopção e sensibilização. É que o Canil Municipal, por ser uma infraestrutura camarária, tem, segundo a dirigente, algumas limitações no que toca à protecção dos animais. Os cães não podem permanecer nas instalações até ao final da vida e há constrangimentos financeiros: «Há pessoas e empresas interessadas em ajudar, mas não o podem fazer por se tratar de uma estrutura dependente da Câmara», garante. Mas o grande objectivo da associação passa mesmo por reduzir o número de animais abandonados, alertando a população e procurando soluções para quem não pode manter o seu animal. Assim, “A Casota” propõe-se intervir junto das autoridades competentes para que a lei seja cumprida e promover campanhas. Outra iniciativa passa por conseguir a colaboração de veterinários da cidade.
Até lá, já está agendado um concurso nas escolas para escolher o logotipo da associação e uma “Cãominhada”, um passeio partilhado por adultos, crianças e respectivos cães. Deverá ter também lugar um concurso fotográfico representativo da relação homem/animal. Entretanto, o projecto parece estar a ganhar asas, pois a 28 de Março, na segunda reunião de “A Casota”, estavam contabilizados quase 130 sócios. «Tudo indica que na Guarda havia, e há, muita vontade de ajudar os “cães de ninguém”, mas as pessoas não sabiam como o podiam fazer», acredita Teresa Lourenço.
“A Casota” virtual
Para já, e embora ainda não exista um espaço físico para “A Casota”, já foi criado um fórum na internet (http://acasota.forumeiros.com/) onde é possível falar sobre cães, gatos, adoptar animais, prestar homenagem a amigos de quatro patas que já tenham partido ou, tão simplesmente, divagar sobre o que se passa no mundo ou ter “conversas tolas”, num item onde quase tudo é permitido. O hi5 de “A Casota” (http://acasota.hi5.com) também tem sido uma ajuda preciosa: a associação já conta com quase 400 amigos virtuais e muitas mensagens de apoio. Em construção está também uma página na Internet, que incluirá um formulário de inscrição online para novos sócios. Entretanto, “A Casota” está aberta à colaboração de todos os interessados, através do email acasota@gmail.com. Para dar “uma mãozinha” à causa é preciso pagar uma quota de 12 euros por ano (um euro por mês), montante dedutível no IRS. De resto, segundo Teresa Lourenço, a associação está «aberta a todo o tipo de ajudas, dos donativos, às rações, passando por vacinas, desparasitantes, brinquedos, camas, cobertores e mãos cheias de mimo».
Rosa Ramos