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Um olhar sobre a semana que passou

Crónica Política

Caro leitor, é habitual dedicar as minhas crónicas a um único tema, porém esta semana não fui capaz de o fazer, assim sendo deixo-vos um conjunto de pequenas reflexões sobre alguns dos temas que me chamaram a atenção nos últimos dias…

Esta semana que passou o Sr. Presidente da República surpreendeu, ou talvez não, ao fazer uma declaração perfeitamente disparatada (por ter sido disparatada é que não surpreendeu) sobre o valor da sua reforma e as suas dificuldades em fazer face às despesas.

Será que este Senhor, o suposto Presidente de todos os Portugueses, não percebe que existem cidadãos do seu país com reformas pouco superiores a 200 euros e que têm que se alimentar (mal e muitas vezes só porque conseguem ajuda de familiares e amigos) e fazer face às contas da farmácia (tendo muitos que abdicar de levar os medicamentos que precisam por não os conseguirem pagar).

Senhor Presidente da República tenha a dignidade de vir publicamente pedir desculpas ao povo português porque ofendeu todos aqueles que vivem com verdadeiras dificuldades.

Outro assunto que me chamou a atenção foi uma ausência. O Sr. ministro da Administração Interna veio anunciar que houve um aumento da criminalidade segundo o último relatório publicado. Qualquer cidadão que siga os noticiários ou que vá passando os olhos, mesmo que ocasionalmente, pelos jornais não fica surpreendido com este anúncio. A surpresa está em nada se ter ouvido ao Dr. Paulo Portas sobre o assunto. Em anos passados, sempre que o referido relatório era apresentado, independentemente dos valores, o líder do CDS/PP aproveitava a ocasião para fazer mais uma das suas aparições públicas em que reclamava mais meios para as forças de segurança policiais. Agora que está no Governo, não diz nada e, a avaliar pelas diversas contestações dos agentes policiais que a comunicação social tem noticiado, nada tem feito o Governo de que faz parte.

Muito tem sido dito e escrito sobre o acordo de concertação social que foi assinado na semana passada. Este parece-me perigoso, muito perigoso mesmo, porque aos trabalhadores nada dá e as medidas tomadas são todas em seu prejuízo. Digo que este acordo me parece perigoso porque vejo como consequência inevitável da sua aplicação um aumento da tensão social. Situação essa que é dispensável num país onde todos são precisos para resolver os nossos problemas.

O Partido Socialista prometeu ser uma oposição responsável, julgo que o tem sido. No entanto, responsabilidade não pode ser confundida com submissão. Espera-se de António José Seguro, nestes momentos conturbados e de grandes dificuldades para os portugueses, que seja um líder responsável, mas enérgico, na denúncia das políticas erradas que têm sido levadas à prática por este Governo. O PS deve perceber que este Governo já não está (se é que chegou a estar) em estado de graça e, por isso, tem que ser uma oposição mais interveniente, mais próxima dos problemas das pessoas. Espera-se mais, espero mais, de António José Seguro e deste PS, porque o registo seguido até agora é demasiado discreto e pouco acutilante.

Por último, a novela que tem sido o suposto acordo entre o Estado Português e a Região Autónoma da Madeira para o pagamento da dívida contraída pelo Governo Regional. O modo como a dívida foi contraída, quem beneficiou com a mesma e os objetivos eleitoralistas que levaram a valores hoje conhecidos, são por todos nós conhecidos. Outra coisa que todos sabemos é que vão ser, mais uma vez, os continentais a pagar os devaneios do Dr. Alberto João. Pergunto, até quando vamos tolerar este “Bailinho da Madeira” pacientemente?!

Por: Nuno Almeida

* Presidente da concelhia da Guarda do PS

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