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Um novo centro escolar, uma nova escola e outra requalificada

Enquanto nas freguesias rurais as escolas fecham por falta de alunos, na cidade estão à beira da ruptura

Numa altura em que vão encerrar 14 escolas do 1º ciclo no concelho da Guarda, no final do ano lectivo, por falta de alunos, outras estão à beira da ruptura devido ao excesso de crianças. Por isso a Câmara pretende construir um novo centro escolar na Póvoa do Mileu, uma nova escola na Guarda-Gare e requalificar o actual edifício da Sequeira. Mas isto só se avançar um programa do Ministério da Educação para a requalificação da rede escolar no novo quadro comunitário. A garantia foi dada pelo vereador com o pelouro da Educação, Vergílio Bento.

A prioridade da Câmara da Guarda passa «pelos novos centros escolares da cidade e só depois os meios rurais», assegura Vergílio Bento, vice-presidente da autarquia, considerando importante que haja «um programa específico para a reorganização da rede escolar, à semelhança do Programa Operacional de Cultura». De resto, o vereador terá tido essa garantia da Ministra da Educação, pelo que vai aguardar pela apresentação dessa medida para construir novos equipamentos, designadamente na cidade. Entretanto, foram definidas prioridades, no eixo da Póvoa do Mileu até à Sequeira, pois «temos a consciência que a escola da Guarda-Gare e da Sequeira sofrem de saturação», admite. Contudo, ainda estão na fase dos projectos para «termos capacidade de construir e candidatarmo-nos a esse programa operacional», revela Vergílio Bento. Na sua opinião, a Póvoa do Mileu reúne todas as condições para acolher um «novo centro escolar», enquanto que na Guarda-Gare será construída uma «nova escola» e na Sequeira a actual vai ser «requalificada».

Na passada quarta-feira a autarquia anunciou igualmente que serão encerradas 14 escolas no concelho, todas com menos de cinco alunos. Trata-se de uma «decisão definitiva e já foi ratificada pela Direcção Regional de Educação do Centro (DREC)», referiu o vereador com o pelouro da Educação, lembrando que se fossem aplicados à letra os critérios definidos pela tutela, deveriam encerrar 32 escolas com menos de 10 alunos. «Esta lista diz respeito a estabelecimentos cuja manutenção não se justifica devido ao reduzido número de alunos», admitiu Vergílio Bento. No entanto, o vereador considera que não se pode pensar só nas escolas que vão encerrar, uma vez que na Guarda «é necessário construir novos equipamentos escolares e dotar as escolas de acolhimento com determinadas condições que devem corresponder às exigências». Por outro lado, ao contrário do que estava previsto, as escolas da Benespera, Marmeleiro e João Antão vão continuar abertas no próximo ano lectivo. Depois da intervenção da autarquia e das Juntas de Freguesia, tendo em conta que «algumas das crianças têm problemas de deficiência que necessitam de acompanhamento familiar mais próximo», justificou o vereador.

Escolas à beira da ruptura

Tal como “O Interior” noticiou na semana passada, a Escola do 1º ciclo da Sequeira é uma das que está à beira da ruptura. Neste momento estão quase completas as quatro turmas para as duas únicas salas de aula, uma vez que as outras duas salas foram transformadas numa só, destinada ao jardim-de-infância. Mas como as matrículas só terminam no dia 15 de Junho, «poderá ser preciso alugar um espaço para uma quinta turma», admite José Grilo, presidente do agrupamento de escolas da Sequeira, acrescentando que «isso só será decidido quando terminar o prazo estipulado». Seja como for, está colocada de parte a ideia que os alunos pudessem utilizar as instalações da Escola Básica 2,3 da Sequeira, porque também este estabelecimento «está cheio», garante José Grilo. «Não tenho nada contra a integração do 1º ciclo, mas já nem temos espaço para os nossos alunos», refere o também presidente do conselho executivo da EB 2, 3 da Sequeira.

Patrícia Correia

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