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«Um dos nossos maiores objectivos é compartilhar o nosso tempo, trabalho e dinheiro com os outros»

Cara a Cara – Entrevista

P – “Rotary Compartilha” é o tema do ano rotário de 2007/2008. Que actividades concretas estão a ser desenvolvidas neste âmbito?

R – Todos os anos tentamos transmitir uma mensagem diferente e “compartilhar” é, desta feita, a palavra de ordem. De uma maneira geral, pretendemos generalizar a ideia de que um dos nossos maiores objectivos é compartilhar o nosso tempo, trabalho e dinheiro com os outros. Fazemo-lo sempre em benefício de quem nos rodeia e sem que queiramos receber nada em troca.

P – Que balanço faz da actuação do Rotary Club de Trancoso nestes seis anos de existência?

R – Trata-se de um clube muito jovem. Não só pelo facto de existir há apenas seis anos, mas também pelas idades dos seus membros que, comparativamente à generalidade dos outros clubes, são bastante jovens. Para além disso, o Rotary Club de Trancoso tem sempre procurado acompanhar todas as actividades nacionais e mesmo internacionais. Julgo, por outro lado, que o entrosamento do Clube, no que diz respeito à vida local, tem sido bastante positivo. As ajudas à comunidade têm sido uma realidade e isso deixa-nos bastante satisfeitos.

P – Quais são os principais problemas que identifica nesta região e por onde poderá passar a contribuição do Rotary Club?

R – Confesso que sou um pouco suspeito para me pronunciar sobre estas matérias, uma vez que sou natural de Viseu. Deste modo, e como será fácil de entender, trata-se de uma região que me diz bastante. No entanto, procuro sempre ter muito cuidado na abordagem a este tipo de temáticas. Como sabe, o Rotary é um clube apartidário, em cujo seio coabitam as mais diferentes formas de pensamento político ou religioso. Ainda assim, e sem querer entrar em questões políticas, é fácil de reconhecer que esta é uma região com um enorme potencial. Por exemplo, Trancoso está geograficamente melhor colocado em relação à Europa que Porto ou Lisboa. Julgo que esta posição estratégica poderá constituir uma enorme mais-valia para a região.

P – Acredita que, actualmente, ainda é possível fazer viver os ideais Rotários?

R – Julgo que sim e iremos sempre esforçar-nos nesse sentido. Por vezes, há quem nos julgue um tanto ou quanto utópicos. Contudo, acreditamos efectivamente num mundo melhor. Tentamos melhorar a qualidade de vida um pouco por toda a parte, através de projectos de imunização infantil, criação de postos de saúde, clínicas, sistemas de saneamento e água potável. Procuramos sempre investir os nossos conhecimentos e recursos para melhorar as condições das sociedades. Trabalhamos para combater o analfabetismo, a fome ou a pobreza. Actualmente, por exemplo, a erradicação da poliomielite é uma das maiores prioridades da Rotary. Julgo que trabalhar para um mundo mais justo e equilibrado não é, nem deveria ser, considerado uma utopia. Outra das nossas metas é criar a ideia de que é preciso falar mais de paz e menos de guerra. Não são tarefas fáceis, é certo, mas partindo de acções concretas, como sensibilizar os jovens para estas realidades, acredito que seja possível tornar o mundo num local um pouco justo.

P – Concorda que, apesar de tudo, ainda existe uma certa imagem elitista associada aos Rotários?

R – É um preconceito que acredito já estar a ficar ultrapassado. Somos elitistas, de facto, mas no sentido positivo do conceito. Queremos que os Rotários sejam elitistas na sua profissão – sejam bons profissionais – e pessoas de referência na sociedade, na família. É importante sublinhar, porém, que existe uma grande diferença entre ser “elitista” e ser “snob”. Na verdade, nós aceitamos, trabalhamos e acolhemos todas as pessoas, sem diferenciações e preconceitos.

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