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Um dia para descobrir o nosso património

Jornadas Europeias proporcionam domingo sete motivos para sair de casa

Exposições, visitas guiadas e monumentos de portas abertas preenchem domingo na região o programa da edição deste ano das Jornadas Europeias do Património (JEP). De Vila Nova de Foz Côa a Castelo Branco, passando por Almeida e Seia, os visitantes são chamados a descobrir gratuitamente a memória histórico-cultural de cada local numa iniciativa do Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR), coordenador nacional de uma acção do Conselho da Europa destinada a chamar a atenção para a importância da preservação, salvaguarda e valorização do património europeu.

A efeméride comemora-se anualmente em 47 países europeus e visa sobretudo realçar as reminiscências históricas e culturais comuns existente entre os povos da União Europeia. Em Portugal, à semelhança dos últimos anos, o evento envolve mais de uma centena de propostas com acesso livre e gratuito para o público. A região não é excepção e proporciona no domingo visitas e descobertas que podem revelar algumas surpresas. Começamos por Almeida, cujas Casamatas acolhem uma exposição dedicada aos “Castelos de Ribacoa, Passado e Presente”, seguimos para Castelo Branco para descobrir o espólio do Museu de Francisco Tavares Proença Júnior, e regressamos pelo Fundão para uma jornada dedicada à arte rupestre do concelho. Com partida de autocarro marcada para as 9h30, a viagem pelos “Domínios do sagrado Pré-Histórico” inclui almoço e permite descobrir as esculturas rupestres do Monte de S. Brás, as gravuras da Serra da Maunça, Boxinos (Enxabrada, Castelejo) e do Alto Zêzere (Poço do Caldeirão – Barroca). As visitas serão superintendidas cientificamente por uma equipa de arqueólogos do Centro Nacional de Arte Rupestre, onde sobressai António Martinho Baptista, director do CNART. Os interessados terão que inscrever-se previamente na autarquia, entidade organizadora.

Na Guarda, é o museu local que está de portas abertas até às 17h30, ali podendo ser apreciadas as colecções de arqueologia, numismática romana, escultura sacra dos séculos XIII-XVIII, pintura sacra dos séculos XVI-XVIII, armaria dos séculos XVII-XIX, cerâmica, etnografia regional, bem como pintura e desenhos de finais do século XIX e primeira metade do século XX. Em Seia, o anfitrião será o Museu Nacional do Pão, que, para além da recente exposição internacional “Os Homens do Pão”, oferece dia 27 uma sessão de música e poesia no bar/biblioteca, seguida de uma tertúlia com o actor Francisco Nicholson. No domingo, está prevista a reconstituição de uma desfolhada tradicional, com a participação do Rancho Folclórico de Vila Nova de Tazem. Recomposto o olhar e talvez o estômago, as Jornadas Europeias do Património assentam ainda em Trancoso, onde está programada uma visita guiada ao centro histórico da mais recente Aldeia Histórica de Portugal. Durante a manhã, os interessados serão levados a descobrir as marcas da presença judaica na vila medieval, Gonçalo Annes Bandarra e as suas trovas, mas também a relação da Inquisição com os cristãos-novos. Um circuito promovido pela Direcção Regional de Castelo Branco do IPPAR, em colaboração com a autarquia local. Finalmente, temos o Património da Humanidade das gravuras do Côa. Durante todo o dia, o Parque Arqueológico do Vale do Côa disponibiliza visitas grátis aos núcleos de arte rupestre, tendo em conta o limite de visitantes diário instituído e recorrendo aos meios de marcação usuais.

Luis Martins

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