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Um azar nunca vem só

Guarda Desportiva empatou a três bolas com o Mileu, que marcou dois auto-golos e falhou um penálti

Marcar cinco golos e não conseguir melhor que um empate a três bolas não é normal, mas foi o que aconteceu ao Mileu no último domingo. A equipa treinada por Paulo Barra bem se pode queixar da falta de sorte no dérbi com o Guarda Desportiva, presenciado por cerca de 150 adeptos. O empate entre dois candidatos à subida acaba por beneficiar o Vila Franca das Naves, que alargou a vantagem para os segundos classificados.

O jogo começou equilibrado e a primeira jogada de perigo surgiu aos 18’. Bebeto teve uma excelente arrancada pela direita e só foi parado em falta por Espinha na área, com Pedro Afonso a assinalar o castigo máximo. Chamado a converter, Vitó abriu o activo. O empate aconteceu à meia hora, com Henrique, que tinha entrado aos 21’, a responder da melhor forma a um cruzamento de Zé Tavares. Dois minutos depois, a equipa da casa colocou-se em vantagem. Costa desferiu um forte remate de fora da área, que Camurça defendeu para a frente e João Almeida, na ânsia de aliviar a bola, acabou por marcar na própria baliza. O jogo estava verdadeiramente electrizante e no minuto seguinte, Zé Tó estabeleceu novamente o empate, beneficiando de um ressalto e de uma falha de marcação. Até ao intervalo, Bebeto voltou a criar perigo, mas Marcelino negou o golo.

O Mileu entrou melhor na etapa complementar e, aos 49’, Mica, de livre directo, forçou o guardião contrário a uma boa intervenção. Sete minutos depois, Bebeto entrou com a bola dominada na área e, após disputa com Tó Luís, o árbitro voltou a assinalar penálti num lance que nos deixou bastantes dúvidas e que motivou protestos nos visitados, motivando a expulsão de Nilton. Contudo, desta feita, Vitó permitiu a defesa a Marcelino. O Mileu continuou a carregar e, aos 58’, foi a vez de Fábio tentar a sua sorte com um remate de fora da área para nova defesa do guardião local. Pouco depois, Zé Tó, à boca da baliza, atirou por cima e Mica permitiu a defesa a Marcelino. Aos 75’, o lateral esquerdo do Mileu voltou a tentar a sua sorte, mas o remate saiu por cima. Numa das suas poucas investidas na segunda parte, o Guarda Desportiva chegou ao 3-2 aos 77’, novamente com a ajuda involuntária de um homem do Mileu. Desta ver, a “fava” calhou a Marcelo que desviou para o local errado o cabeceamento de Henrique.

Os homens da Póvoa não baixaram os braços e, aos 83’, João Almeida restabeleceu o empate, após um livre do recém-entrado Raúl. Pouco depois, João Monteiro viu o segundo amarelo num lance a meio campo e o Mileu aproveitou a superioridade numérica para pressionar em busca do triunfo, mas o resultado não sofreu alterações. O trabalho do trio de arbitragem fica ensombrado pela marcação do segundo penálti. No final, Pirry, técnico do Guarda, disse ter-se tratado de «um verdadeiro jogo de campeonato» e que «se calhar, o resultado até se ajusta», sublinhando não ter ficado satisfeito «com algumas coisas que não nos deixaram fazer», não querendo comentar a arbitragem. Pelo lado do Mileu, Paulo Barra considerou que, «na segunda parte, só houve uma equipa em campo, que foi o Mileu. O Guarda foi uma única vez à nossa baliza e fez o golo numa infelicidade nossa», disse, acrescentando ter sido «muito azar para um jogo só».

Ricardo Cordeiro Sá, aqui em disputa com Sérgio, foi dos que mais lutou no meio-campo do Mileu

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