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Um árbitro a sonhar com a primeira categoria

Guardense Renato Gonçalves subiu à segunda categoria nacional de arbitragem

Numa altura em muitos criticam o nível da arbitragem na Guarda, Renato Gonçalves conseguiu o feito de subir à segunda categoria nacional. Para além da promoção já ser, só por si, uma grande conquista, a classificação do “homem do apito” da Associação de Futebol da Guarda (AFG) não deixa margem para dúvidas, pois foi o primeiro da terceira categoria nacional, entre 136 árbitros de todo o país. Ultrapassado mais um degrau na sua carreira, o jovem árbitro garante que vai continuar a trabalhar para poder ascender à primeira categoria.

Renato Gonçalves ficou obviamente «muito satisfeito» com esta «grande classificação» e, apesar de não estar à espera do primeiro lugar, admite que tinha «alguma esperança» em subir de categoria. «A época correu muito bem, mas como somos avaliados uns em função dos outros, a subida poderia não se concretizar», refere. Na terceira categoria nacional há três épocas, o árbitro de 28 anos deu um grande salto – foi 62º em 2003/04 e 65º em 2004/05 – do meio da tabela para a liderança. De resto, acredita que tem condições para fazer ainda melhor, apesar de reconhecer que vai ser «mais complicado» arbitrar no Nacional da IIª Divisão: «Há menos árbitros e mais partidas. O mediatismo dos jogos também acaba por ser maior, daí haver mais pressão. Mas quero trabalhar cada vez mais de forma a obter os melhores resultados possíveis e dignificar a arbitragem», realça. Aliás, se depender de si, não conta ficar por aqui e já alimenta o «sonho» de chegar à primeira categoria e apitar um jogo grande entre Sporting e Benfica ou Porto. Professor de Educação Física, Renato Gonçalves, que nunca jogou futebol federado, iniciou-se na arbitragem com 19 anos quase que por acaso.

Frequentava o 12º ano e já sabia que ia optar por um curso superior de Educação Física quando, à saída da escola, se deparou com um cartaz a anunciar cursos de iniciação para árbitros. Decidiu então inscrever-se juntamente com alguns colegas. «Acabámos por tirar o curso, formar uma equipa e fomos evoluindo», conta quem dedica uma média de duas horas por dia à arbitragem. O jovem “juiz” reconhece que ser árbitro é «difícil» porque «as coisas passam-se muito depressa dentro do campo» e também devido ao facto das pessoas «não conseguirem entender o nosso papel», lamenta. «Temos que tomar decisões rápidas e, por vezes, erramos, só que os adeptos quase nunca entendem isso como um erro normal», continua. Renato Gonçalves não considera que a sua promoção seja uma resposta para quem tanto critica a arbitragem da Guarda, mas realça que é «uma demonstração de que, com trabalho, tudo poderá acontecer, inclusive na arbitragem do distrito».

Carlos Xistra 17º na 1ª categoria

À excepção de Renato Gonçalves, esta temporada não foi muito positiva para a generalidade dos restantes árbitros da Beira Interior que participaram nas competições nacionais. Na primeira categoria de futebol de 11, o covilhanense Carlos Xistra ficou num mau 17º lugar, depois de há duas temporadas ter sido o primeiro classificado. Já na terceira categoria, Francisco Bizarro e Ângelo Correia, ambos da Associação de Futebol de Castelo Branco, terminaram, respectivamente, na 41ª e 42ª posição. Em 60º lugar ficou o jovem Luís Brás, enquanto Pedro Afonso, também da Guarda, não foi além da 113ª posição entre 136 classificados, o que faz com que seja despromovido. O mesmo acontece com Bruno Nave, de Castelo Branco, que se ficou pelo lugar 111. Ainda no futebol de 11, os árbitros assistentes de segunda categoria, Sérgio Pedro e Jorge Cruz, ambos de Castelo Branco, foram 19º e 43º, respectivamente, entre 51 classificados. Por último, na primeira categoria de observadores de futebol de 11, José Manuel Gonçalves, de Castelo Branco, obteve um bom 13º lugar entre 30 classificados. Já no futsal o guardense Vítor Rodrigues garantiu um excelente nono lugar, após ter sido 25º classificado no ano passado. Na segunda categoria, Fernando Baltazar (16º) e Carlos Pedro Gomes (20º), da AF Guarda, foram os melhores da região, enquanto que os representantes de Castelo Branco tiveram uma fraca prestação. Assim, entre os 50 classificados, Romeu Afonso foi 43º, Hélio Rabasquinho 45º e Rui Pedro foi mesmo o último. Na terceira categoria, o guardense João Adónis foi 46º, Sérgio Mendes (Castelo Branco), foi 53º entre 54 classificados. Por último, nos observadores de futsal, o albicastrense Manuel Pires foi 14º e António Ferreira, da Guarda, 26º entre 38 classificados.

Ricardo Cordeiro

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