Arquivo

UGT reclama alternativas para desempregados da Delphi

João Proença esteve no congresso fundador da UGT-Guarda, cujo primeiro presidente é Aníbal Ribeiro

João Proença defendeu no último sábado, à margem do congresso fundador da UGT-Guarda, realizado num hotel da cidade, que o Governo e as entidades locais deveriam «criar alternativas» de emprego para os desempregados da Delphi. Mas o secretário-geral da UGT também considerou necessário «criar os mecanismos» que permitam salvaguardar os postos de trabalho que restam na fábrica guardense.

«O futuro da Delphi não se apresenta risonho, pelo que não há que criar grandes expectativas», afirmou o dirigente, lamentando os «altos e baixos» da multinacional e o despedimento colectivo de 286 trabalhadores até Maio, dos quais 258 saem na segunda-feira, bem como os 315 afastados em Dezembro do ano passado. «O Governo deveria, nomeadamente através do Ministério da Economia e do Ministério do Trabalho, ter a preocupação de assegurar uma transição para um modelo de maior capacidade de inovação e com maior valor incorporado em sectores como o das cablagens ou das confecções, em que há diminuição dos postos de trabalho e um trabalho intensivo de baixos salários», referiu ainda. João Proença considerou também que «estas multinacionais têm que respeitar compromissos que assumiram com o Estado português, com apoios comunitários que receberam».

Outra das preocupações manifestadas pelo secretário-geral da UGT foi a «situação negativa» vivida em Espanha e que afecta as regiões transfronteiriças. Relativamente à UGT-Guarda, que reúne os diferentes sindicatos do distrito afectos à UGT, foi eleita e empossada a primeira direcção, com Aníbal Ribeiro, do Sindicato dos Bancários do Centro (SBC), a liderar a única lista que foi a votos. João Proença mostrou-se satisfeito com «o clima de unanimidade» registado naquela que é a nona UGT distrital criada, de um conjunto de 20 organizações do género previstas. A partir de agora, realizar-se-ão três reuniões periódicas ao nível da região Centro «para discutir a problemática regional», explicou João Proença. Aníbal Ribeiro considerou, por sua vez, que a «concertação de posições entre os sindicatos do distrito» constitui «uma importante aproximação aos trabalhadores e aos locais de trabalho».

De acordo com o sindicalista, os principais objectivos da UGT-Guarda são «aumentar a sindicalização» no distrito, promover a adesão de organizações independentes, realizar campanhas e cooperar com instituições públicas e privadas na defesa dos interesses dos trabalhadores, nomeadamente com o Governo Civil e autarquias, «com vista a encontrar soluções e debater as dificuldades de algumas empresas». A candidatura de Aníbal Ribeiro conseguiu 35 votos, de um universo de 37 votantes. Para presidente do Conselho Geral foi eleito Asdrúbal Lero, do Sindicato dos Professores da Zona Centro (SPZC), e na presidência do Conselho Fiscalizador de Contas está Amílcar Pires, do SBC. A UGT-Guarda arrancou com onze associações sindicais filiadas e prepara-se para receber mais sete.

Aníbal Ribeiro (à direita) foi candidato único à presidência da UGT-Guarda

UGT reclama alternativas para desempregados
        da Delphi

Sobre o autor

Leave a Reply