Arquivo

UBIMedical aberto a novas empresas

Reitoria da UBI organizou uma dia aberto para dar a conhecer a estrutura de investigação tecnológica a novos laboratórios que ali se queiram instalar

Mês e meio depois da instalação das primeiras duas empresas no UBIMedical, a Universidade da Beira Interior (UBI) organizou uma manhã de portas abertas para atrair mais investigadores para os seus laboratórios e «apresentar à comunidade as potencialidades do UBIMedical», referiu o reitor António Fidalgo.

A estrutura foi inaugurada há dois anos, mas só agora está em funcionamento. Tem mais de oito laboratórios e «há neste momento mais projetos em carteira», adiantou o vice-reitor Mário Raposo. Para António Fidalgo, o facto de já estar a laborar um laboratório privado «é um bom prenúncio porque aquilo que queremos é que haja outras empresas, que se estão a lançar e que cumprem os requisitos, que possam instalar-se aqui». Desde início que a UBI mostrou a intenção de afirmar o UBIMedical a nível nacional e internacional, como uma estrutura de transferência de competências e conhecimento entre o mundo académico e o empresarial. Mário Raposo afirma mesmo que «é preciso sonhar» para se poderem alcançar estes objetivos. A universidade espera que esta estrutura seja uma “alavanca” para futuros projetos de alunos e investigadores da UBI.

«Temos aqui uma estrutura muito viva e que dará um contributo fundamental para a universidade e para a região», afirmou o reitor. Nesse sentido, também a PT está na mira do UBIMedical, uma vez que já há um protocolo assinado e «neste momento estamos só à espera que haja uma definição por parte da PT para se proceder a essa instalação», adiantou António Fidalgo, que também não descura a instalação de microempresas. Um dos laboratórios já em funcionamento estuda os efeitos do radão e a sua responsável, Sandra Soares, considera toda a estrutura e o apoio da UBI como «excelente», pelo que acredita que o UBIMedical será «muito importante para o trabalho desenvolvido pela universidade com os alunos e investigadores».

A responsável refere que desde que estão a trabalhar neste espaço «já abrimos portas a outros trabalhos mesmo para o exterior». A Labfit foi a primeira empresa a instalar-se na nova infraestrutura. Trata-se de uma “spin-off” e antes funcionava na Faculdade de Ciências da Saúde. Ana Palmeira, uma das responsáveis, diz-se «muito satisfeita» com a mudança, «quer em termos de organização da empresa, do espaço e da sua imagem». Na sua opinião, o UBIMedical é «uma estrutura fundamental para a região, que alavanca a investigação na área da saúde e os investigadores da região». Nesta fase inicial as principais áreas em exploração são a fármaco-toxicologia, a avaliação de resíduos hospitalares, saúde, estudos de efeitos de exposição ao radão, biossensores e telecuidados de saúde, fisiopatologia, análise de movimento 3D, neuropsicologia, optometria/oftalmologia.

Com cerca de dois mil metros quadrados, o UBImedical resulta de um investimento superior a cinco milhões de euros, financiados por fundos comunitários, e foi criado com o objetivo de «agilizar a transferência de conhecimento na busca de novas tecnologias, permitindo às empresas desenvolver a investigação e os testes laboratoriais necessários à efetiva comercialização de novos produtos». Mário Raposo considera que «se perde muito conhecimento entre a universidade e as empresas», pelo que espera que o UBIMedical permita que «o conhecimento desenvolvido pelas universidades chegue ao mercado» e para que tal seja possível é necessário que «a própria universidade seja empreendedora» e essa é uma preocupação na formação dada aos alunos, «é importante transmitir-lhes conceitos de empreendedorismo».

Com este centro de investigação, a UBI acredita que vai contribuir para «enriquecer o “cluster” da saúde em Portugal». Nesse sentido, o UBIMedical vai formar um triângulo com a Faculdade de Ciências da Saúde (FCS) e o Centro Hospitalar da Cova da Beira, mas espera também ser útil para os Hospitais da Guarda e Castelo Branco na partilha de conhecimento.

Ana Eugénia Inácio UBIMedical já tem os primeiros laboratórios a funcionar

Sobre o autor

Leave a Reply