Arquivo

UBI testa eficácia da matemática nas escolas

Estudo vai decorrer até ao ano lectivo 2007/2008 junto de 13 escolas do primeiro, segundo e terceiro ciclos de ensino básico

Uma equipa de investigadores da Universidade da Beira Interior (UBI), coordenada pela professora Maria Eugénia Ferrão, está a desenvolver desde 2004 um trabalho sobre a eficácia da Matemática no ensino básico.

O estudo, designado como “Eficácia Escolar no Ensino da Matemática – 3EM”, abrange 1.800 alunos dos primeiros três ciclos daquele nível escolar. Ao todo, estão envolvidas 13 escolas dos concelhos da Covilhã, Belmonte e Fundão. As primeiras abordagens aos alunos foi feita há dois anos, mas só agora é que a equipa de 11 investigadores irá proceder à «recolha de dados» nalgumas turmas, aponta Maria Eugénia Ferrão, de forma a «estudar os factores de eficácia escolar» naquela disciplina. Trata-se de um «estudo longitudinal» que irá prolongar-se até ao ano lectivo 2007/2008 para «estudar os factores de eficácia escolar». Assim, a equipa vai realizar testes no início e fim de cada ano lectivo, avaliar o comportamento dos professores e as actividades extracurriculares, entre outras medidas. Mas, por enquanto, «não há qualquer intenção» de intervir nos métodos de ensino adoptados pelos docentes, ressalva a responsável. Só no final do projecto é que poderão surgir sugestões para melhorar o ensino da Matemática e a eficácia dos professores.

A Matemática é actualmente a disciplina com mais taxa de insucesso escolar e o principal factor de afastamento dos alunos das ciências exactas e físico-químicas. Isso mesmo comprova o estudo promovido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) – o PISA 2003 (Programme for International Student Assessment), que abordou em pormenor a literacia matemática – apenas cinco por cento dos estudantes portugueses atingem níveis elevados nesta disciplina. Já 30 por cento dos alunos obtêm resultados muito baixos (iguais ou inferiores a 1). Por isso, Maria Eugénia Ferrão considera que o projecto poderá ser «vantajoso no futuro», nomeadamente ao contribuir para aumentar o sucesso escolar nesta disciplina. «Estamos convencidos disso desde o primeiro momento», acrescenta. O projecto é financiado pela UBI, Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e Fundação Calouste Gulbenkian. Participam as escolas de Belmonte, Pêro da Covilhã, Teixoso, a Lã e a Neve, Tortosendo, Campos Melo, Quinta das Palmeiras, Frei Heitor Pinto, Entre Ribeiras, Serra da Gardunha, João Franco, Silvares e Eugénio de Andrade.

Liliana Correia

Sobre o autor

Leave a Reply