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UBI preencheu este ano cerca de 90 por cento das vagas disponíveis

Segunda fase de acesso ao ensino superior voltou a ser bastante positiva para a universidade

A segunda fase de acesso ao ensino superior, cujos resultados foram conhecidos terça-feira, voltou a revelar-se bastante positiva para a Universidade da Beira Interior. Depois de ter ocupado mais de 82 por cento das vagas na primeira fase, a UBI conseguiu preencher praticamente a totalidade das vagas disponibilizadas neste segundo “round” da corrida ao ensino superior, canalizando mais 287 alunos. Dos 1.076 lugares, em 31 licenciaturas, afixados para o ano lectivo 2003/2004, foram preenchidas 968, ou seja, cerca de 90 por cento de alunos colocados nas duas fases de acesso.

Depois de terem “sobrado” algumas vagas por causa de alunos colocados que não se matricularam, vagas libertadas por recolocação de alunos noutra instituição na segunda fase ou por empate (no caso de existirem dois alunos com a mesma média), os cursos de Arquitectura (12 vagas), Bioquímica (19), Ciências da Comunicação (11), Ciências do Desporto (22), Economia (11), Engenharia Aeronáutica (6), Filosofia (9), Gestão (13), Marketing (13), Psicologia (9), Sociologia (15), Cinema (23), Design Multimédia (5), Design Têxtil e do Vestuário (7) e Física Aplicada – Optometria e Optotecnia (8) voltaram a preencher a totalidade dos lugares disponíveis nesta fase. Como seria de esperar, o curso de Medicina não obteve qualquer libertação de vagas, enquanto Engenharia Civil (22), Engenharia Informática (18) e Português/Espanhol (7) também acabaram por preencher as suas vagas.

Arquitectura (com média de 16 valores), Psicologia (15,7) e Design Multimédia (15,2) lideram o “ranking” das médias mais altas da instituição na segunda fase, visto que ainda é Medicina que ocupa o primeiro lugar com uma média de 18,3 valores atingida na primeira fase. A nota mais baixa é de 9,5, no curso de Português/ Inglês, seguida de Engenharia Electromecânica (9,7) e de Engenharia Mecânica (9,8). Por preencher numa eventual terceira fase – caso a UBI assim o deseje – ficaram 161 vagas nas restantes licenciaturas, sendo que o curso de Matemática Aplicada (Estatística e Computação) voltou a não cativar alunos. A crescente procura da instituição, «que tem vindo a aumentar cada vez mais nos últimos anos», deve-se, segundo o reitor Santos Silva, à «afirmação da UBI pela qualidade e diferença» no ensino ministrado. Com mais 943 alunos, Santos Silva garante que a instituição «tudo fará para melhorar as condições das estruturas universitárias, os laboratórios e a acção social» para poder cumprir a sua missão na educação e investigação. Isto numa altura em que o Ministério da Ciência e do Ensino Superior (MCES) «decresceu dois por cento» no “plafond” orçamental para a universidade. De mais de 20 milhões de euros no ano passado, o MCES atribuiu este ano à UBI um orçamento de 19,8 milhões de euros.

Um contra-senso, tendo em conta que a UBI está «em crescimento». «Se queremos ter uma universidade forte no interior do país, o Governo tem que se responsabilizar no seu financiamento», reivindica Santos Silva, esperando ainda que o ministério «cumpra a promessa» de reforçar a acção social. «O orçamento para bolsas [dois milhões de euros] não dá para garantir a percentagem de bolseiros que tivemos o ano passado [de 36 por cento]», revela, exigindo que as mesmas sejam «reforçadas» para que «todos, bolseiros ou não, tenham a mesma igualdade». O interesse pela UBI de alunos deslocados dissipa, segundo Santos Silva, as dúvidas em relação ao valor da propina adoptada na Covilhã (700 euros). Para o reitor, as propinas «são uma gota no oceano», pois os alunos procuram no interior «qualidade de ensino e qualidade de vida».

Liliana Correia

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