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UBI na senda da inovação

Instituição vai acolher um dos 12 Gabinetes de Inovação do Plano Tecnológico

Até ao final do ano, a Universidade da Beira Interior (UBI) deverá dispor de um Gabinete de Inovação do Plano Tecnológico preparado para apoiar os empreendedores desde o momento em que têm a ideia até ao lançamento do negócio empresarial. O anúncio foi feito por Carlos Zorrinho, coordenador do Plano Tecnológico, aquando da apresentação das ferramentas da Plataforma Inovar, que decorreu na semana passada na UBI.

Ao todo, serão criados 12 gabinetes nas universidades do país, que funcionarão em conjunto com mais 100 empresas e os ministérios da Justiça, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e da Economia e Inovação para dar «respostas integradas» a quem quer empreender. Com eles, pretende-se criar uma filosofia coordenada de apoio aos empreendedores, promovendo o trabalho em rede e as respostas às necessidades dos utilizadores em cada fase do processo. Em simultâneo, estarão a funcionar naquelas estruturas os gabinetes de Apoio à Propriedade Industrial (GAPI) – para as patentes – e de Informação, bem como as OTICS (Oficinas de Transferência de Tecnologia). A medida inclui ainda estruturas ligadas ao Programa Finicia (Programa de Financiamento de Iniciativas Empresariais), IAPMEI e Agência de Inovação. No fundo, estes gabinetes serão uma espécie de «Lojas de Inovação», simplificou Carlos Zorrinho, ao estabelecer uma analogia com as Lojas do Cidadão. Assim que estiverem a funcionar, o Governo irá fazer, «trimestralmente, uma selecção dos melhores projectos do país para ser submetido à lei do mercado», anunciou.

O coordenador do Plano Tecnológico revelou ainda que essas ideias serão apresentadas a financiadores nacionais e internacionais, com o apoio da Administração Central, através de um protocolo assinado com a COTEC – Associação Empresarial para a Inovação. «Já estamos a seleccionar 50 projectos inovadores que serão apresentados no princípio de Dezembro a um painel de investidores europeus», disse. A ideia consiste em criar novas áreas de negócio, capazes de gerar emprego e motivar o crescimento económico. Até ao final do ano, todos os gabinetes deverão estar em funcionamento. Entretanto, a UBI assinará em breve um protocolo com universidades americanas e outros parceiros, adiantou Carlos Zorrinho, para projectos nas áreas do turismo e redes universitárias, nomeadamente. O Parkurbis, que o coordenador apontou como «bom exemplo da dinâmica empresarial da região», também terá mais apoio no âmbito do Plano Tecnológico. «Grande parte dos fundos disponíveis no QREN vão ser canalizados para a inovação, ciência, tecnologia e factores de competitividade. E nesse quadro, as boas iniciativas terão um acolhimento prioritário», prometeu.

Engenharia Têxtil estuda eficácia dos tecidos

O departamento de Engenharia Têxtil da UBI apresentou, recentemente, à Fundação para a Ciência e Tecnologia um projecto de investigação no domínio da optimização do desempenho dos tecidos. Os investigadores pretendem estudar em pormenor, e ao longo de três anos, a eficácia das técnicas que evitam os amarrotamentos e vincos nos tecidos. Esta é, aliás, uma área de estudo que o departamento vem desenvolvendo há alguns anos. O seu “know-how” levou a TAP a pedir-lhes apoio para escolher os tecidos do novo fardamento dos funcionários da transportadora aérea, a cargo da dupla de estilistas Manuel Alves e José Manuel Gonçalves. «Há dois anos que estamos a trabalhar em parceria com a TAP no que toca à elaboração de um caderno de encargos que defina as características, parâmetros e valores de qualidade para um bom desempenho dos tecidos de enfardamento», explicou Rui Miguel, presidente do departamento. Um trabalho que também desenvolvem com a Força Aérea Portuguesa.

Liliana Correia

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