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UBI com dois projectos de detecção de drogas

Investigadores lêem consumo num cabelo e detectam antipsicóticos na saliva ou suor

A Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (UBI) está envolvida em dois projectos para detecção de drogas no corpo humano sem recurso a colheitas de sangue.

Um deles lê num cabelo humano o registo de consumo de drogas ao longo dos últimos dias, enquanto outro usa saliva ou suor, em vez de sangue, para detectar o consumo de antipsicóticos. Os trabalhos em curso na área da toxicologia foram apresentados na terça-feira, num laboratório da Faculdade, durante uma visita de Duarte Nuno Vieira, presidente do Instituto Nacional de Medicina Legal (INML) – que colabora na investigação – e de responsáveis do Ministério da Justiça. Eugénia Galhardo, investigadora espanhola radicada na Covilhã há sete anos, dirige o projecto centrado na saliva e suor para detectar o consumo de medicamentos antipsicóticos. «As autoridades já fazem a detecção de algumas substâncias através de saliva», por exemplo, em operações de trânsito. «Nós estamos a fazer uma abordagem inovadora especificamente sobre antipsicóticos», disse a especialista, oriunda de Santiago de Compostela.

«Uma vez validada a metodologia, pode ser aplicada a toda a população», sublinhou Eugénia Galhardo, que acredita que a validação pode ser alcançada até final do ano. A partir daí, a técnica tem credibilidade para ser usada em laboratório ao serviço da Justiça ou de qualquer outra instituição. A Faculdade de Ciências da Saúde, em parceria com o INML, está também a orientar um projecto de doutoramento que pretende detectar drogas através de amostras de cabelo. «À medida que o cabelo cresce, é possível traçar um perfil de consumo», adiantou Mário Barroso, especialista na área de toxicologia do INML. O projecto está no início e, por enquanto, a metodologia está apenas validada para consumo de cocaína. No final, o objectivo é aplicá-la a todos os tipos de drogas de abuso mais correntes, sejam opiáceos ou canabinóides.

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