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UBI analisa acidentes aéreos

Instituição será pioneira na colaboração com o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves

A Universidade da Beira Interior (UBI), na Covilhã, vai ser a única instituição de ensino superior do país a colaborar com o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves (GPIAA). O protocolo contempla os domínios da informação, investigação e extensão universitária, tendo por objecto a análise laboratorial de componentes de aeronaves acidentadas e a verificação dos seus sistemas.

A complexidade de motivos que podem estar na origem da queda de uma aeronave implicam inúmeros testes e perícias para o apuramento das causas dos acidentes, que envolvem sempre um grau elevado de destruição dos aparelhos. Nesse sentido, este tipo de perícias requer recursos humanos altamente qualificados e uma forte componente laboratorial, factores que a UBI possui. «Quando eles [GPIAA] precisarem dos nossos serviços em termos de um parecer técnico e/ou de uma investigação técnica para um determinado acidente, nós seremos chamados», esclarece Pedro Gamboa, presidente do Departamento de Ciências Aeroespaciais da UBI. O GPIAA é uma estrutura associada ao Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações e, no caso de um acidente ou incidente ocorrido com uma aeronave, determina as causas que levaram a essa situação, no sentido de propor depois recomendações que possam ser implementadas pelo operador do avião ou do fabricante para evitar um acidente causado pelos mesmos factores.

O protocolo permite que o gabinete possa «usufruir de algumas competências técnicas que tenhamos. Por outro lado, poderemos aplicar o conhecimento que vamos adquirindo nas nossas investigações e no ensino. Acaba por ser um benefício mútuo, eles para terem os problemas resolvidos, nós para aprendermos com casos reais», justifica. A colaboração entre a UBI e a sociedade civil, «no sentido de potenciar competências para o avanço da aeronáutica nacional», é outra das mais-valias deste acordo, até porque, «por vezes, se não tivermos a noção exacta do que a sociedade civil precisa, fazemos investigação que pode não ter interesse», refere o responsável. Pedro Gamboa sublinha, de resto, a importância deste passo para a «compreensão dos factores que levam a um acidente, que ajudam depois na investigação que se possa fazer no desenvolvimento de aeronaves futuras ou na correcção das que existam». E, na sua opinião, «temos feito um longo caminho de aproximação às empresas e instituições que actuam directamente na aeronáutica, porque queremos fazer uma ponte entre a vida real e a academia para melhorar a actividade aeronáutica. Isto acaba por ser mais um passo no sentido de contribuirmos para o crescimento da aeronáutica em Portugal», garante.

Rafael Mangana Departamento de Ciências Aeroespaciais da UBI prestará apoio ao GPIAA

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